ATA DA CENTÉSIMA QUINTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 31-10-2013.
Aos trinta e um dias do
mês de outubro do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna,
Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Mario Fraga, Mauro
Pinheiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia e Reginaldo Pujol.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alberto Kopittke, Alceu
Brasinha, Delegado Cleiton, Engº Comassetto, João Derly, Luiza Neves, Marcelo
Sgarbossa, Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pedro Ruas, Rodrigo
Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foi
encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 323/13 (Processo nº 2860/13), de
autoria do vereador João Carlos Nedel. Também, foram apregoados os seguintes
Ofícios, do senhor Prefeito: nº 1306/13, encaminhando Veto Total ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 017/13 (Processo nº 0514/13); e nº 1313/13, solicitando
seja desconsiderado Ofício nº 1301/13, referente à viagem de Sua Excelência ao
Município de Foz do Iguaçu, e informando que se ausentará do Município das
dezessete horas e trinta e cinco minutos do dia de hoje às vinte horas e vinte
e cinco minutos do dia de amanhã, quando participará do II Fórum Mundial de
Desenvolvimento Econômico Local, no Município de Foz do Iguaçu – RS. Durante a
Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Septuagésima Oitava, Septuagésima
Nona, Octogésima, Octogésima Primeira, Octogésima Segunda e Octogésima Terceira
Sessões Ordinárias. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao senhor Paulo Roberto Rossal Guimarães, Presidente do
Conselho Municipal de Cultura, que discorreu sobre o Plano Municipal de Cultura
de Porto Alegre. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
vereadores Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Professor Garcia, Bernardino
Vendruscolo, Delegado Cleiton e João Derly e as vereadoras Sofia Cavedon e
Fernanda Melchionna manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Às
quatorze horas e quarenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinquenta e dois minutos. Após,
foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso
do nonagésimo ano de fundação do Centro Universitário Metodista – Instituto
Porto Alegre –, nos termos do Requerimento nº 119/13 (Processo nº 1929/13), de
autoria do vereador Professor Garcia. Compuseram a MESA: o vereador Dr. Thiago,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; os senhores Roberto Pontes da
Fonseca, Reitor do Centro Universitário Metodista de Porto Alegre – IPA;
Luiz Vergílio da Rosa, Bispo da Igreja Metodista; Edgar Zanini Timm, Pró-Reitor
de Pesquisa e Pós-Graduação e Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária;
Norberto da Cunha Garin, ex-Reitor do IPA e ex-Diretor-Geral da Rede Metodista
de Educação Sul; e as senhoras Iara da Silva Colvolo, representando a
Coordenação Nacional de Ação Missionária da Igreja Metodista; e Berenice
Cabreira da Costa, representando o Conselho Estadual de Educação do Rio Grande
do Sul. Na oportunidade, foram registradas as presenças, neste Plenário, dos senhores Handel Martins Dias, do
Curso de Direito do IPA; Leonardo Maricato, representando da Secretaria de
Cultura; Cristián Jesus Velásques, Denise Macedo Ziolotto, Jaime Gross Garcia,
Maria Cecília Torres, Rafael Barbosa, Rinaldo Ferreira Barbosa, Sandra
Jaqueline dos Santos, Marcos Boeira e Natalia Cantegeani, Coordenadores,
respectivamente, dos Cursos de Farmácia, de Psicologia, de Tecnologias em
Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Engenharia e Computação, de Música, de
Administração, de Arquitetura e Urbanismo, de Pedagogia de Direito e de
Designer de Interiores do IPA; Marisa Fernanda Miguellis, Coordenadora das
Bibliotecas; Vera Elaine Marques Maciel, Coordenadora de Extensão e Ação
Comunitária e Coordenadora do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu; Caroline Dani,
Coordenadora do Mestrado Acadêmico em Biociências e Reabilitação; Mario Flores
Neto, Coordenador de Publicidade e Propaganda; e Jussara Fernandes,
Coordenadora de Graduação do IPA. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores
Professor Garcia, como proponente e em tempo cedido pelo vereador Bernardino
Vendruscolo, Luiza Neves, em tempo cedido pelo vereador Mario Fraga, Alberto
Kopittke, em tempo cedido pela vereadora Sofia Cavedon, e Reginaldo Pujol. A
seguir, o senhor Presidente convidou o vereador Professor Garcia a proceder à
entrega, ao senhor Roberto Pontes da Fonseca, de Diploma alusivo à presente
solenidade, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que agradeceu a homenagem
prestada por este Legislativo. Após, por solicitação do vereador Professor
Garcia, foi efetuado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à senhora Laila
Lontra Pinheiro, falecido no dia de ontem. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o
vereador Engº Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os
vereadores Bernardino Vendruscolo, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Mônica
Leal, Engº Comassetto, Alceu Brasinha, Delegado Cleiton e Mônica Leal. Em PAUTA
ESPECIAL, Discussão Preliminar, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo
nº 038/13, discutido pelo vereador Engº Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Idenir Cecchim. Durante a Sessão, o vereador
Bernardino Vendruscolo manifestou-se sobre assuntos diversos. Às dezesseis horas e cinquenta e sete
minutos, constatada a inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou
encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Dr. Thiago,
Bernardino Vendruscolo, Mauro Pinheiro e Reginaldo Pujol e secretariados pelo
vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Passamos à
O Sr. Paulo Roberto Rossal Guimarães, Presidente do
Conselho Municipal de Cultura, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10
minutos, para tratar de assunto relativo à construção do Plano Municipal
de Cultura de Porto Alegre.
Destaco
a presença do Dr. Handel Martins Dias, do Curso de Direito do IPA. Obrigado
pela presença, Dr. Handel.
O SR. PAULO
ROBERTO ROSSAL GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores; boa-tarde a todos e a todas; saudamos todos os presentes, em
especial o Presidente da Câmara, Ver. Dr. Thiago, bem como todos os Vereadores
e autoridades presentes.
É com muita alegria, que vimos aqui para trazer uma
boa notícia, o Plano Municipal de Cultura foi entregue ao Prefeito Fortunati no
dia 18-10-2013, e agora iremos contar como ele foi feito. Vamos falar
inicialmente sobre o pioneirismo de Porto Alegre. Foi
nos anos 1970 também que se institucionaliza de maneira mais ampla o
pioneirismo de nossa Cidade na cultura com a proteção ao patrimônio edificado
por parte do Poder Público. Primeiro, com a criação do Conselho Municipal do
Patrimônio Histórico e Cultural – Compahc (Lei 4.139, de 1976); a seguir, pela
declaração de 47 bens imóveis como de valor histórico e cultural e de
expressiva tradição para Porto Alegre, para fins de futuro tombamento e declaração
de utilidade pública – Lei nº 4.317, de 1977; pela criação do Fundo Municipal
do Patrimônio Histórico e Cultural – Fumpahc – Lei 4.349, de 1977, com o
propósito de prestar apoio financeiro aos projetos, serviços ou obras atinentes
à recuperação ou preservação do patrimônio histórico e cultural da Cidade; e,
finalmente, pela promulgação da primeira lei de tombamento municipal – Lei nº
4.665, de 1979. Naquele período, a cidade posicionava-se de maneira pioneira no
tema, considerando-se que segundo o IBGE pouco mais de uma dezena de
Municípios, 0,21%, dispunham de alguma legislação de proteção ao patrimônio ao
final da década de 1970. Estava, pois, amadurecida a possibilidade de criação
de uma Secretaria de Cultura específica, desmembrada da Secretaria de Educação
e Cultura, o que ocorreu, efetivamente, através da Lei nº 6.099, de 1988, que
simultaneamente criava o Fundo Pró-Cultura, Funcultura, com a finalidade de
prestar apoio financeiro, em caráter suplementar, aos projetos, obras e
serviços necessários à criação, à recuperação e à conservação de equipamentos
culturais da Secretaria Municipal de Cultura.
Naquele momento, no País, segundo o
IBGE, somente 0,13% dos Municípios contavam com fundos de cultura. Ainda em
2006, segundo a mesma fonte, apenas 40% dos Municípios com mais de 500 mil
habitantes dispunham de órgão gestor exclusivo para a cultura.
Porto Alegre teve um papel destacado,
não apenas pela participação de seus cidadãos na elaboração do Plano Nacional
de Cultura, mas pelo pioneirismo na instituição de mecanismos de participação
social no Governo do Município, inclusive no campo da cultura. Um momento
crucial nessa trajetória foi a criação do Orçamento Participativo – OP, em
1989. Ao receber a chancela da ONU e do Banco Mundial, a experiência do OP
trouxe notoriedade internacional ao Município, servindo de exemplo a outras
cidades no Brasil, como Belém e Belo Horizonte, e no mundo, como Montevidéu e
Barcelona.
Em 1991, a Secretaria Municipal de
Cultura entrega ao público a Usina do Gasômetro, centro cultural mais visitado
do Estado, que hoje abriga diversas salas de exposição e oferece residência
para grupos teatrais e musicais os quais ministram oficinas e apresentam
espetáculos, além do Teatro Elis Regina, em construção. Há mais de uma década,
a Usina abriga também a Sala de Cinema P. F. Gastal.
Em 1993, é a vez do Fundo Municipal de Apoio à
Produção Artística e Cultural – Fumproarte –, num momento em que apenas 0,59%
dos Municípios brasileiros contavam com fundos de cultura. Além do relativo
pioneirismo que levou outros Municípios a se inspirarem na criação de seus
próprios fundos de fomento, o Fumproarte incorporava desde a sua criação a
participação da comunidade que elege dois terços da comissão encarregada de
selecionar os projetos que serão financiados pelo Município. Em 2006, segundo a
MUNIC/IBGE, dentre os 5,1% de Municípios que contavam com fundos, somente um
terço contava com participação da sociedade civil na gestão desse mecanismo. É
um dos motivos que explica o destaque recebido pelo Fumproarte em diversos
prêmios nacionais.
Alguns anos mais tarde, em dezembro de
1995, Porto Alegre realizaria sua primeira Conferência Municipal da Cultura – I
CMC, com a participação de 73 entidades, 197 delegados e cerca de 200
observadores. Ainda que não se cogitasse, naquele momento, a formulação de um
plano, mas apenas, de forma mais modesta, debater os rumos da vida cultural na
cidade, a I CMC produziu um documento com 157 propostas, entre as quais é
possível destacar: maior integração entre os órgãos municipais que atuam na
cultura, eixo política cultural, descentralização e democratização; aumento de
recursos orçamentários para ação direta do Município e para os Fundos já
existentes, eixo financiamento e distribuição da produção cultural; criação do
Conselho Municipal de Cultura, eixo formas de representação; além de diversas
propostas relacionadas à proteção do patrimônio histórico, eixo cultura e
desenvolvimento urbano.
Uma das consequências imediatas da I
Conferência Municipal de Cultura foi a criação do Conselho Municipal de Cultura
– CMC, em janeiro de 1997, instituição presente à época em não mais de 200
Municípios brasileiros, segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais do
IBGE.
Quase uma década mais tarde, apenas um
em cada quatro Conselhos Municipais de Cultura apresentava, em sua composição,
maioria da sociedade civil, segundo a mesma pesquisa. A mesma Lei Complementar
nº 399/97, que criou o Conselho, instituiu o Sistema Municipal de Cultura,
englobando, além daquele, o Conselho Municipal do Patrimônio Artístico,
Histórico e Cultural – Compahc, as Secretarias Municipais de Cultura e Educação
e a Fundação de Educação Social e Comunitária, atual FASC.
Desde então, o CMC vem se realizando
periodicamente até os dias atuais, contribuindo para consolidar o diálogo entre
gestores e comunidade, como instrumento essencial de planejamento. Esse
diálogo, ao longo das últimas décadas, não se resumiu às nove conferências
bienais: no OP, criou-se uma plenária temática exclusiva para a cultura, e
comissões de cultura nas diversas regiões da Cidade; entidades de classe
surgiram, organizando a representação da sociedade civil; outros fóruns
sucederam-se, propondo debates setoriais ou específicos.
Porto Alegre notabilizou-se, ainda,
pela realização, a partir de 2001, do Fórum Social Mundial, evento que reuniu
lideranças da sociedade civil do mundo todo, em contraposição ao Fórum
Econômico de Davos, sob o lema “Um outro mundo é possível”. Paralelamente ao I
Fórum Social Mundial, a Prefeitura de Porto Alegre convocou o I Fórum de
Autoridades Locais. Tendo surgido com muita força o tema da cultura nesta
ocasião, decidiu-se realizar, no ano seguinte, a I Reunião Pública Mundial da
Cultura, aberta também a representantes da sociedade. Este encontro aprovou uma
proposição, a ser levada ao III Fórum de Autoridades Locais, no ano seguinte:
uma Agenda 21 da Cultura, que, a exemplo da Agenda 21 do Meio Ambiente,
estabelecesse diretrizes consensuais para políticas locais de cultura em favor
do desenvolvimento e da diversidade. O documento, elaborado nos anos seguintes,
foi aprovado em maio de 2004, durante o IV Fórum de Autoridades Locais,
realizado em Barcelona, na abertura do Fórum Universal das Culturas.
Atualmente, é endossado por mais de 200 cidades dos cinco continentes.
Em 1997, o Conselho Municipal de
Cultura foi criado pela Lei Complementar nº 399, de 14 de janeiro de 1997, a
mesma que institui a convocação para a Conferência Municipal de Cultura. O
Conselho é instituído com funções deliberativas, normativas, fiscalizadoras e
consultivas das políticas e matérias públicas de cultura. A mesma Lei nº 399/97
anexa o Decreto nº 11.738, que regulamenta e instituiu o Sistema Municipal de
Cultura e oficializa a Conferência Municipal de Cultura. Esta deliberação modificou
o cenário de gestão de políticas públicas de cultura da Cidade garantindo com o
Sistema Municipal de Cultura, a integração entre os órgãos que trabalham com a
cultura em Porto Alegre.
A construção coletiva e colaborativa
deste Plano Municipal de Cultura, tendo como referência principal os resultados das nove
conferências, dá continuidade a esse processo.
Vamos falar sobre os Fundos de Cultura existentes
em Porto Alegre. Não temos um fundo só, nós temos cinco fundos. Fumpahc – Fundo
Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural; sancionado pela Lei nº 4.349/77,
foi o primeiro fundo de cultura a ser criado na Cidade. Funcultura – Fundo
Pró-Cultura; sancionado pela Lei nº 6.099/88, a mesma que cria o Sistema
Municipal de Cultura – SMC, o Funcultura tem como finalidade a prestação de
apoio financeiro, em caráter suplementar, aos projetos, obras e serviços
necessários à criação, à recuperação e à conservação de equipamentos culturais
da Secretaria. Fumproarte – Fundo Municipal de Apoio à Produção Artística e
Cultural; sancionado pela Lei nº 7.328/93, presta apoio financeiro a projetos
artístico-culturais, selecionados mediante concursos públicos anuais. Fumpoa –
Fundo Monumenta Porto Alegre; criado pela Lei nº 8.936/02, destina-se à
aplicação de recursos em ações de conservação de bens submetidos à intervenção
do Programa Monumenta em Porto Alegre. Fundo de Fomento ao Trabalho Continuado
em Artes Cênicas, instituído pela Lei nº 10.742/2009, destina-se a apoiar
grupos estáveis de teatro, dança e circo.
Algumas considerações sobre Porto Alegre. Estrutura
cultural pública: Porto Alegre nunca teve um mapeamento de sua estrutura
cultural e hoje podemos ter noção que a Cidade tem mais de 60 equipamentos e
espaços culturais instituídos e que englobam estruturas públicas da Prefeitura
e que, reconhecidas pelos citadinos, possibilitarão uma gestão transversal e um
movimento de descentralização da cultura no cerne da Cidade. Existem variados
equipamentos como galerias, teatros, centros culturais, museus, estúdios, ginásios,
entre outros, além de espaços para uso cultural como mais de 600 praças e 20
parques distribuídos em toda a cidade e que ainda não são explorados
culturalmente. Cultura e educação: outro ponto importante é o uso da rede
escolar municipal de educação, que hoje está concentrada em mais de 70 escolas
entre Educação Infantil, Fundamental, Ensino Médio, Especial e EJA.
Vou falar sobre a construção do plano. O Plano
Municipal de Cultura de Porto Alegre começou a nascer em 1995, com a realização
da I Conferência Municipal de Cultura; após, de dois em dois anos, a cada
Conferência mais e mais demandas iam sendo incorporadas ao pensar da população
sobre o planejamento da cultura em Porto Alegre, chegando à 8ª Conferência um
número aproximado de 1.200 ações ou propostas demandadas pela população, que,
com o decorrer de cada Conferência, foram buriladas e aperfeiçoadas.
Salientamos que na 8ª Conferência foi feita uma revisão completa pela plenária
de todas as proposições e demandas das conferências anteriores, sendo feito,
nas pré-conferências, um trabalho, junto com os coordenadores e a sociedade,
verificando, item por item, se tinham sido realizadas ou não. Como não tínhamos
dados para o diagnóstico, a pesquisa foi intensa...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. PAULO
ROBERTO ROSSAL GUIMARÃES: ...o Conselho de Cultura realizou duas validações
do texto do plano, a primeira em quatro memoráveis reuniões. Na 9ª Conferência,
novamente foi apresentado para a população, de forma democrática e
participativa. A segunda validação aconteceu após a 9ª conferência.
Com esse trabalho todo, temos certeza que nenhuma
cidade do Brasil realizou um trabalho de forma tão democrática para a realização
de um plano de Cultura, pois foi feito por 18 anos nas conferências e sempre
recebendo colaborações de fóruns, comissões de cultura.
Comparativo entre planos: no início das discussões
do GT, tivemos muitas discussões sobre qual modelo adotar, se um plano teórico
com diretrizes ou algum que contivesse as propostas. Venceu a tese das
propostas. Comparando o nosso plano, verificamos a sua robustez e a forma
democrática especial como foi feito, pois não poderia ser numa cidade onde a
participação popular e a democracia participativa é uma característica
reconhecida no mundo todo.
A gestão do CMC 2011/2013 se sente
privilegiadamente honrosa por poder participar deste processo que vai
intensificar a diversidade cultural da cidade. Com certeza, foi o coroamento
desta gestão que iniciou seus trabalhos no ano de 2009, após a reativação do
conselho, ficando agora para as próximas gestões a importante tarefa de fazer
valer a vontade da sociedade.
Para concluir, pedimos ao Prefeito que
envie o Plano para a Câmara, pois foi entregue no dia 18 deste mês, e pedimos
também aos nobres Vereadores que aprovem este Plano ainda em 2013. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Presidente. O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Eu gostaria de saudar o Sr. Paulo
Roberto Rossal Guimarães, Presidente do Conselho Municipal de Cultura, e dizer
da minha satisfação de vê-lo na tribuna cumprimentando-o pelo trabalho e
fazendo a rememoração histórica de tudo o que tem sido feito nesta Cidade no
sentido de qualificar como efetivo centro de Cultura democrático e
descentralizado dentro deste País. A sua referência, ao início, no tempo ainda
da Divisão de Cultura do Prof. Lamachia e
dos outros fatos que se sucederam, me toca profundamente, porque eu vivenciei
aquela época, como tive a felicidade de vivenciar os últimos momentos que
antecedem a sua presença aqui na Câmara. Eu lembrei bem ainda que, no mês de
fevereiro ou março, conversei com o senhor lá no bairro Cristal, quando o
senhor me dava algumas queixas de dificuldades que felizmente foram superadas,
e hoje nós estamos juntos aqui festejando este fato. E eu dizendo a V. Exa. que
aguardo que o Governo do Município tome a iniciativa de encaminhar à Casa o
projeto de lei consolidando e instituindo o Plano Municipal de Cultura de Porto
Alegre, que nos integra neste país federativo que tão desfiguradamente se
apresenta, e que, agora, nos dá uma brecha, em cima da qual nós podemos trabalhar
e obter apoios, recursos, meios para divulgar mais a cidade de Porto Alegre,
para intensificar a sua ação cultural, para levar a descentralização para todos
os pontos de Porto Alegre, como eu sei que é o seu desejo e uma das propostas
mais efetivas no plano que foi elaborado pelo Conselho, que está entregue ao
Prefeito Fortunati – eu estive presente lá no dia em que isso ocorreu.
Eu almejo, sinceramente, que, breve, muito breve,
ele esteja aqui conosco e que possamos atender ao seu último apelo de, ainda
este ano, transformar em lei o Plano Municipal de Cultura de Porto Alegre.
Meus parabéns, conte conosco, e saiba que auxiliei
alguma coisa para superar algumas dificuldades e estarei junto com o senhor
enquanto continuar na sua obstinação de trabalhar com seriedade pela Cultura de
Porto Alegre. Sempre haverá de contar comigo. Um abraço e meus parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; Presidente Guimarães, estamos sempre
nos cruzando, correndo atrás dessa coisa maravilhosa que é a Cultura. Em nome
do PSD, deste Vereador, eu não vou entrar em detalhes, Guimarães, mas uma coisa
eu posso te dizer, em que tu podes contar com este Vereador, com o PSD. Eu sou
apaixonado pela Cultura, pelo trabalho, pela luta, também, que tens na cidade
de Porto Alegre. Isso é muito importante. Tu sabes da minha luta pelo Museu do
Negro, e é sempre uma luta. Só vencem aqueles que buscam e lutam. Está aí o
Museu do Negro.
Então, tu tens aqui não só um Vereador, mas um cara
que vai lutar e brigar junto contigo pela Cultura, para que possamos realizar esse sonho que a cidade de Porto
Alegre merece. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
falo em nome da nossa Bancada, do nosso Líder, Idenir Cecchim, Ver.ª Lourdes
Sprenger, Ver. Valter Nagelstein. Caro Guimarães, eu já tive a oportunidade de
ver o plano na nossa Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Faço também uma
saudação ao Manoel Machado, Presidente da Ordem dos Músicos do Brasil, bem como
ao Renato Assis, e à Isabel, que está sempre junto com o Conselho. Então,
primeiro, quero parabenizar o Conselho, que ficou cinco anos desativado, talvez
até pelo formato; talvez hoje seja o Conselho Municipal de Porto Alegre mais plural.
Ele tem todas as matizes, e das diversas regiões da Cidade. E nós esperamos
agora que, com a materialização dessa proposta, ele possa retornar a esta Casa
– não sei em quanto tempo, mas já foi entregue ao Prefeito; dia 18, foi
entregue ao Prefeito. Então, que agora o Executivo possa estudá-lo, e que venha
a esta Casa para que nós, Vereadores, possamos aprová-lo, com alguma emenda, e
que possamos ampliar a discussão.
De qualquer maneira, quero parabenizá-lo, em nome
do nosso Partido, o PMDB, por trazer algo que há muitos anos Porto Alegre
necessitava, até porque é importante explicitar para os demais Vereadores que,
sem isso, será impossível obter verbas federais. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
prezado Guimarães. Já nos conhecemos há algum tempo, então, não há dúvida de
que pode contar com este Vereador.
Mas eu não vou perder a oportunidade de lhe dizer,
até porque V. Exa. tem conhecimento do trabalho que eu venho desenvolvendo há
bastante tempo em defesa da cultura regional gaúcha, e, veja só, eu estou na
busca e aguardando a apresentação de notas fiscais das aplicações dos recursos
públicos, e só me mandam relatórios, mas eu estou buscando as notas fiscais –
só para que o Conselho tenha conhecimento que este Vereador está ainda
aguardando as notas fiscais da aplicação dos recursos públicos do Acampamento
Farroupilha de 2011, de 2012 e, agora, de 2013. Então, só para a gente ficar
mais ou menos afinado e informado, porque esta Casa aprova a verba pública e
tem a responsabilidade de fiscalizar a sua aplicação. Podem contar – não há
dúvida, tenho certeza – com todos os Vereadores aqui. Nós precisamos sempre
sinalizar, nesse sentido, a necessidade e a obrigação que temos de fiscalizar a
aplicação das verbas públicas. Parabéns, senhores!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Amigo Guimarães, em meu nome e em nome da Bancada do PDT, quero
parabenizá-lo por esse longo trabalho de 18 anos, um trabalho que demonstrou o
poder de articulação do cidadão porto-alegrense, o poder da tua liderança, o
poder das pessoas que participam entusiasmadamente desse Plano que virá para
esta Casa para nós analisarmos e votarmos. Então, tem o meu apoio, até porque
sei do trabalho feito durante todo esse tempo, de buscar o entendimento e de
discutir a melhor forma para trazer um Plano completo. A cidade de Porto
Alegre, a Cultura e o Conselho estão de parabéns!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. João Derly está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO
DERLY: Boa-tarde, Sr. Guimarães, Presidente do Conselho, batalhador que luta em
prol da cultura, a quem eu já conheço de algumas vezes na CECE; e cumprimento
também o Sr. Presidente. É uma satisfação recebê-los aqui na Casa, porque o
Plano Municipal de Cultura é importantíssimo. Quem é oriundo do Esporte sabe
que todo plano de treinamento para alguma competição tem a necessidade de ser
bem planejado; e a gente sabe que, da mesma forma, quanto à Cultura, há a
necessidade de o Plano vir a esta Casa para que a gente possa, realmente,
executá-lo. Então, em nome da minha Bancada e em nome do Maroni, estamos à
disposição para o que precisar, para lutar, para que a gente possa realmente
ter um plano para a cultura da nossa Cidade.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Guimarães, Presidente, eu falo em nome da Bancada
do Partido dos Trabalhadores – Ver. Engº Comassetto, Ver. Alberto Kopittke, Ver. Mauro Pinheiro e Ver. Marcelo Sgarbossa. A nossa Bancada quer
parabenizar o Conselho pela persistência, pela insistência, pela construção do
Plano Municipal de Cultura. Nós somos testemunhas, a Comissão de Educação,
Cultura, Esporte e Juventude recebeu, muitas vezes, o Conselho trazendo essa
pauta. Nós acompanhamos a Conferência e vimos a qualidade, talvez não a
quantidade que gostaríamos, nós tivemos conferências numerosas, com centenas de
pessoas, mas a qualidade do debate a gente sabe que essa Conferência e o Plano
capturaram o conjunto das demandas e do acúmulo do debate do setor da cultura,
que está muito bom, ele está indicando que precisa melhorar, que precisa
investir.
Eu quero, na pessoa do Baumann, cumprimentar o conjunto dos
conselheiros, dos militantes da Cultura, vocês estão de parabéns. De fato, o
Governo tem que honrar o Conselho que esta Cidade tem, e os artistas,
ativadores culturais e produtores culturais que esta Cidade tem e que valorosamente
lutam por todos nós, porque cultura muda a vida de todos nós. Nós aqui vamos
receber, com muito prazer, com muito carinho, com muito cuidado o Plano que vem
da sociedade civil, esperamos que ele venha este ano, e que a gente possa votar
até o fim do ano, Presidente, para entregar à Cidade o Plano Municipal de
Cultura, sem grandes alterações, porque vem do debate da Cidade, mas, se
fizermos proposições, que seja no diálogo com vocês. Parabéns, e seremos
vigilantes para que ele esteja aqui o mais breve possível.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206
do Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Presidente Guimarães, eu queria, em teu nome, cumprimentar cada um e cada uma das
conselheiras e conselheiros do Conselho Municipal de Cultura, em meu nome e em
nome do Ver. Pedro Ruas, reitero o nosso respeito, a nossa admiração, o nosso
reconhecimento ao trabalho que o controle social exerce na cidade de Porto
Alegre. É uma temática tão importante, mas, ao mesmo tempo, tão negligenciada
pelos Governos, que é a cultura. A gente vê, por um lado, o pioneirismo de
Porto Alegre, fruto da luta, e, por outro, o descumprimento dos valores que se
espera para o Fumproarte, para as políticas públicas que dizem respeito à
cultura, à arte, ao teatro, à dança, ao livro, enfim, a todos os segmentos que
constroem a cultura no nosso Município. E, ao mesmo tempo, por outro lado, essa
luta democrática, esse debate que vocês realizaram, e a gente acompanhou o
Presidente sempre nos falando dos desafios do Plano Municipal de Cultura, das
plenárias, enfim, sabemos que foi um desafio realizar esse debate com a Cidade
e, depois que o Plano está pronto, ainda não chegou à Câmara de Vereadores. Então,
eu queria, neste momento, parabenizá-lo e, em seu nome, todos os que
construíram este debate democrático, este debate da Cultura, esta luta
permanente da nossa Cidade. Também faço referência aos Conselheiros, ao
Baumann, a todos os Conselheiros que estão presentes na tarde de hoje, que são
históricos lutadores pela cultura no nosso Município. Quero dizer do nosso
empenho em ajudá-los nesta luta, nós temos que pensar como a Câmara pode ajudar
no sentido de o Prefeito enviar o Plano Municipal de Cultura para cá, que a
Câmara faça uma Moção de Solidariedade ao Conselho, para que venha o Plano
Municipal de Cultura, que haja um debate na Feira do Livro, onde vamos estar
com um estande sobre o Plano Municipal de Cultura, que se peça uma reunião para
cobrar a vinda do Plano Municipal de Cultura, enfim, nós, da Bancada do PSOL,
eu e o Ver. Pedro Ruas, estamos à disposição aos desafios que o Conselho quer:
buscar a efetivação do Plano Municipal de Cultura, fazendo Porto Alegre mais
uma vez pioneira. Parabéns.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Sr. Paulo Roberto Rossal Guimarães,
Presidente do Conselho Municipal de Cultura, quero ratificar as palavras que
foram ditas pelo conjunto dos Vereadores. Acho que as ideias da Ver.ª Fernanda
no sentido de discutir isso na Feira do Livro, no estande que teremos lá, é
importante. Queremos deixar esta janela aberta para que o Conselho possa
refletir, pensar nisso e nos passar. Certamente esta Câmara vai ser prodigiosa
na votação e no término da construção do projeto que vocês, há longos anos, já
semearam.
Eu quero lembrar que, na última quarta-feira,
votamos um projeto aqui por unanimidade, com rapidez, projeto muito justo, dos
técnicos de enfermagem: criação de 106 cargos de profissionais no Município,
criação de cargos de técnicos de enfermagem. Todos nós sabemos as dificuldades
que a nossa saúde tem enfrentado, e nós, por entendermos a necessidade, por
vermos a importância para os hospitais, para os postos de saúde municipais,
aprovamos em uma semana esta criação. Certamente, temos a grande possibilidade
de fazermos isso com o projeto que o senhor expôs aqui, para que a Cidade
realmente possa ter mais Cultura. Então, estamos à disposição e certamente
teremos muita agilidade no trâmite desse processo, porque ele é um projeto
importante para a cidade de Porto Alegre. Parabéns pela construção! Esta Casa
continua sempre à disposição da Cultura de Porto Alegre. Parabenizamos, mais uma vez, o Conselho
Municipal de Cultura de Porto Alegre e damos por encerrada a presente homenagem. Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 14h49min.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 14h52min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos às
Hoje, este período é destinado a assinalar o
transcurso do 90º aniversário de fundação do Centro Universitário Metodista – Instituto Porto Alegre (IPA), nos
termos do Requerimento nº 119/13, de autoria do Ver. Professor
Garcia, Processo nº 1929/13.
Convidamos para compor a Mesa: o Sr. Roberto Pontes
da Fonseca, Reitor do Centro
Universitário Metodista de Porto Alegre – IPA; Sr. Luiz Vergílio da Rosa, Bispo
da Igreja Metodista; Sr. Edgar Zanini Timm, Pró-Reitor de Pesquisa e
Pós-Graduação e Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária; Sr. Norberto da
Cunha Garin, ex-Reitor do Centro Universitário Metodista – IPA e
ex-Diretor-Geral da Rede Metodista de Educação Sul; Sra. Iara da Silva Colvolo,
representante da Coordenação Nacional de Ação Missionária da Igreja Metodista; Sra.
Berenice Cabreira da Costa, representante do Conselho Estadual de Educação do
Rio Grande do Sul. Quero destacar aqui também a
presença do Prof. Handel Martins Dias, que abrilhanta os quadros do IPA, meu
colega, meu amigo do caratê, único campeão mundial de caratê ocidental, no
Japão. É uma satisfação tê-lo aqui conosco. (Palmas.)
O Ver. Professor
Garcia, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Dr. Thiago; Magnífico Reitor do Centro
Universitário Metodista – Instituto Porto Alegre – IPA – Dr. Roberto Pontes da
Fonseca; Reverendíssimo Bispo da Igreja Metodista, Luiz Vergílio da Rosa;
Senhor Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e Pró-Reitor de Extensão e Ação
Comunitária, Edgar Zanini Timm; Senhor ex-Reitor do Centro Universitário
Metodista IPA e ex- Diretor-Geral da Rede Metodista de Educação do Sul,
Norberto da Cunha Garin; Senhora Representante da Coordenação Nacional de Ação
Missionária da Igreja Metodista, Iara da Silva Colvolo – Diretora há muitos
anos; Senhora Representante do Conselho Estadual de Educação do RS, Conselheira
Berenice Cabreira da Costa, sei também que é acadêmica do IPA; muito bem-vinda.
Quero fazer uma
saudação aos professores, funcionários, alunos, ex-alunos e dizer da minha
alegria. Quero fazer também uma saudação, como extensão de Mesa, aos
professores Alexandre Scherer,
Jussara Fernandes e Vera Striebel.
Saudando os três, saúdo todos os professores. Quero dizer que, durante 23 anos
da minha vida, tive a oportunidade de trabalhar no Instituto Porto Alegre, e
foram momentos maravilhosos. O Instituto Porto Alegre e a Igreja Metodista
ajudaram muito na minha formação como docente, mas muito na minha formação
pessoal como cidadão. Dentro do IPA, eu tive a oportunidade, ao longo desses
anos, de participar de vários encontros que fortaleceram, cada vez mais, a
minha fé dentro do cristianismo. Eu quero agradecer, Garin, no teu nome, pelo
que a Igreja Metodista me possibilitou.
Cabe sempre ao
Vereador proponente fazer um histórico da entidade que está sendo homenageada.
E hoje, não a Câmara, a cidade de Porto Alegre está homenageando o Instituto de
Porto Alegre pelos seus 90 anos. Esse evento deveria ter acontecido há uns
quatro meses, porém houve aquela invasão aqui na Câmara e tivemos que
transferi-lo.
Então em 1923, foi
fundado o Porto Alegre College, na Rua Marechal Floriano. Em 1924, a
inauguração de dois edifícios no Morro Petrópolis, o internato e o externato,
hoje prédio A e prédio B, e como nós, ipaenses, o conhecemos, o Morro Milenar.
Em 1934, inauguração do Pavilhão Moreland. Em 1935, a construção do estádio
Liberdade IPA – e por falar em liberdade, o IPA sempre adotou o tema “liberdade
com responsabilidade”, isso sempre foi um diferencial na sua educação. Em 1937,
o Porto Alegre College passa a ser chamado, então, de Instituto Porto Alegre.
Em 1941, o IPA vence o concurso de “Melhor Colégio do Brasil” – 1º em
instalações e organização, promovido pelo Ministério de Educação e Cultura. Em
1951, é inaugurado o Auditório Oscar Machado. Em 1961, a inauguração de um
prédio para aulas do primário, construído com doações de ex-alunos, amigos do
IPA e do Conselho Diretor. Em 1971, a Fundação da ESEF – Escola Superior de
Educação Física, em 27 de agosto. E aqui eu quero fazer um parêntese, porque eu
tive oportunidade de trabalhar na Faculdade de Educação Física do IPA de 1983 a
2006, e, de 1991 a 2002, tive o privilégio de ser Coordenador do Curso. Em
1973, inicia o Curso Parcelado, que funcionava durante as férias de julho e
janeiro, destinado aos professores de Educação Física. Em 1980, acontece a
autorização para o funcionamento e criação dos cursos de Terapia Ocupacional e
Fisioterapia. No ano de 2000, criação dos cursos de Ensino Superior em
Administração Hospitalar e Turismo. Naquele momento, o IPA tinha uma ênfase
voltada para os cursos de formação na área da saúde. Em 2004, foi inaugurada a
primeira biblioteca 24 horas do Rio Grande do Sul. Lembro que na época foi um
marco essa instituição ter a coragem e a ousadia de ter uma biblioteca 24
horas. Em 2010, o IPA conquista o prêmio internacional, ODM 2010, concedido
pela Associação Internacional de Conselhos Econômicos e Sociais. Em 2012, o IPA
ganha o prêmio latino-americano com um trabalho sobre políticas de “Proteção a
Defensores dos Direitos Humanos e para a Segurança de Jornalistas”. Hoje, o IPA
conta com mais de 34 cursos de graduação.
De forma singela,
quero, mais uma vez, em nome dos Vereadores da Cidade...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(O Ver. Bernardino
Vendruscolo assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Professor Garcia prossegue a sua manifestação em Comunicações, a
partir deste momento, por cedência de tempo deste Vereador.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Vereador.
O Instituto Porto Alegre tem dado essa enorme contribuição para o
desenvolvimento da sociedade porto-alegrense, da sociedade do Rio Grande do Sul
e da sociedade brasileira. Inúmeras personalidades foram alunos daquela
instituição, podemos citar, na área desportiva, Luiz Felipe Scolari, aluno da segunda turma do IPA; tivemos
também nosso colega, durante muitos anos, Marco Antônio Volpi, que, como atleta
de voleibol, nas Olimpíadas, foi considerado um dos melhores levantadores do
mundo; Luis Fernando Verissimo também foi aluno consagrado do IPA. Lembro que,
durante muitos anos, tinha o tradicional encontro dos ex-alunos e, durante
muitos anos, o Ernani Behs, jornalista respeitado, na época coordenava aqueles
encontros, que traziam muitas saudades e lembranças.
Mas eu quero dizer
que o Instituto Metodista criou uma característica que é muito comum às
universidades americanas e que, aos poucos, se está criando ou tentando criar
essa cultura aqui no Brasil. Por exemplo, a Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, hoje, tenta fazer com que ex-alunos possam contribuir no resgate da
memória da universidade. Lembro que a piscina do IPA, quando foi construída,
foi feita essencialmente com o auxílio, com a colaboração e contribuição dos
ex-alunos. Sem contar as obras sociais, lembro que participei de alguns eventos
na Lomba do Pinheiro, depois na vila Cruzeiro; em Petrópolis, onde há a creche,
mostrando que a Igreja Metodista sempre se preocupou com esse lado educacional,
mas, também, com o lado social, dando oportunidade às crianças sem condições de
estudo, trazendo-as para o seio do Instituto Porto Alegre, para serem cidadãos
melhores. No âmbito da política também há representantes, e Leonel de Moura
Brizola foi aluno, por muitos anos, lá do Instituto Porto Alegre.
Essa missão que o IPA
tem adotado ao longo dos anos tem contribuído, e muito. Volto a dizer que para
mim, por questões pessoais, é motivo de alegria estar homenageando, hoje, o
IPA, onde, por 23 anos, trabalhei. Sempre dizia que o IPA não era um colégio,
não era uma universidade; ali eu sempre considerei uma sede campestre, pela sua
beleza, por estar num lugar privilegiado, com árvores quase centenárias – já
que o IPA tem 90 anos.
Então, Reitor, de
forma fraterna, a cidade de Porto Alegre agradece, e, ao mesmo tempo, sabemos
da sua responsabilidade em, cada vez mais, levar o nome do IPA, o nome da
educação, porque o que nós buscamos, na realidade, é uma sociedade mais justa,
mais fraterna, onde todos possam ter oportunidade com ensino de qualidade, para
um melhor desenvolvimento. Parabéns, ao Instituto Porto Alegre pelos seus 90
anos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Prestigiam esta solenidade o Sr. Leonardo Maricato, representante da
Secretaria de Cultura; Cristián Jesus Velásques, Coordenador do Curso de
Farmácia; Denise Macedo Ziolotto, Coordenadora do Curso de Psicologia; Jaime
Gross Garcia, Coordenador do Curso Superior de Tecnologias em Análise e
Desenvolvimento de Sistemas e Engenharia e Computação; Maria Cecília Torres,
Coordenadora do Curso de Música; Marisa Fernanda Miguellis, Coordenadora das
Bibliotecas; Rafael Barbosa, Coordenador do Curso de Administração; Rinaldo
Ferreira Barbosa, Coordenador do Curso de Arquitetura e Urbanismo; Sandra
Jaqueline dos Santos, Coordenadora do Curso de Pedagogia; Vera Elaine Marques
Maciel, Coordenadora de Extensão e Ação Comunitária e Coordenadora do Curso de
Pós-Graduação Lato Sensu; Caroline Dani, Coordenadora do Mestrado Acadêmico em
Biociências e Reabilitação; Mario Flores Neto, Coordenador de Publicidade e
Propaganda; Marcos Boeira, Coordenador do Curso de Direito; Natalia Cantegeani,
Coordenadora do Curso de Designer de Interiores; Jussara Fernandes, Coordenadora
de Graduação. Agradecemos a participação de todos.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra em Comunicações.
(Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)
A Ver.ª Luiza Neves está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Mario Fraga.
A SRA. LUIZA
NEVES: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; gostaria de saudar também
o Professor Roberto Pontes da Fonseca, Magnífico Reitor do IPA; na pessoa do
Reverendíssimo Bispo da Igreja Metodista Luiz Vergílio da Rosa, saúdo os demais
componentes da Mesa; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
assiste das galerias, professores do IPA, senhores e senhoras que nos assistem
pela TVCâmara, gostaria de dizer que é uma alegria estar aqui, nesta tarde, e
poder homenagear essa conceituada instituição denominada IPA, bem conhecida
como IPA, e nós vemos, no decorrer desses 90 anos, o avanço que houve e o
reconhecimento dessa entidade que agora passa a ser uma rede – Rede Metodista
de Educação do Sul – com várias entidades de ensino, algumas delas bem
conhecidas, como a de Santa Maria – Colégio Centenário –, que eu conheço, tive
a oportunidade de morar por três vezes em Santa Maria, e lá agora também com a
faculdade, a Fames. Quero dizer para os senhores que realmente a referência do
IPA e de toda a sua instituição de ensino só vem confirmar a excelência dos
professores, a excelência dos seus gestores. Eu gostaria de dizer, Bispo, que tem
algo peculiar nessa escola, lá no profundo da sua intenção, que eu gostaria de
compartilhar, que é um ensinamento que nós encontramos na Bíblia. Lá no Livro
de Provérbios há um versículo que nos diz: “Ensina a criança no caminho que ela
deve andar”, porque quando ela for grande ela jamais vai se desviar ou esquecer
desses ensinamentos. Creio que essa missão o IPA tem cumprido perfeitamente,
através de todo seu trabalho, de todo seu reconhecimento na sociedade, do seu
crescimento, através das várias entidades que hoje fazem parte da Rede
Metodista. Eu creio que não fogem a essa missão de ensinar não só à criança,
mas também ao jovem, também ao adulto. Nós temos vários conhecidos, o Ver.
Professor Garcia tem ali dois assessores, um quase se formando no IPA, tem a
chefe de Gabinete que formou a filha no IPA, e aqui dentro desta Câmara, desta
Casa Legislativa, vários colegas, vários assessores que fazem parte da família
IPA, da família Rede Metodista. Não poderia me furtar, de maneira alguma,
Professor Roberto, de fazer esta homenagem pelos 90 anos, por tudo que o IPA
representa para Porto Alegre. Hoje em dia é referência, sim, em educação,
ensino, e referência também em gestão. Fica aqui o nosso reconhecimento. Falo
em nome da nossa bancada, a bancada do PDT, pelos Vereadores Márcio Bins Ely,
Ver. Nereu D’Avila que foi aluno dessa instituição; Ver. Mario Fraga, Ver.
Delegado Cleiton e Ver. Dr. Thiago, Presidente desta Casa. Fica aqui a nossa
homenagem, o nosso reconhecimento, desejando vida longa, que o IPA continue
sendo essa referência em educação, e que Deus continue abençoando vocês.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo da Ver.ª Sofia Cavedon.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Boa-tarde a todos, Ver. Bernardino, presidindo os trabalhos. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Eu, como bom filho do Colégio
Americano, Professor Garcia, o cumprimento pela felicidade da homenagem, vou
ter que depois protocolar uma homenagem ao Colégio Americano também. Era uma
velha rivalidade da Cidade nas Olimpíadas Metodistas, tinha sempre que separar
alguma briguinha entre o Americano e o IPA. Venho aqui trazer o meu depoimento,
agradecendo também a minha bancada – Ver. Comassetto, Ver.ª Sofia, Ver.
Sgarbossa e o Ver. Mauro. Iniciei no Colégio Americano com dois anos e meio de
idade, quando ainda tínhamos uma creche ali na parte de cima do Americano,
tínhamos uma casa ali, ao lado da casa da Professora Alba, se não me engano,
ali fiz desde a Creche, Maternal, Pré-Escola e todo o ensino, na época, 1º Grau
e 2º Grau. Obviamente falar disso sempre nos traz muitas emoções, lembrando
aqui todos os ensinamentos de John Wesley de uma formação humanista e
cosmopolita. Todos os meus colegas de aula – encontrei alguns aqui que hoje já
exercem funções acadêmicas no centro universitário – são lideres nas suas
áreas; nas mais diversas áreas onde foram, estão espalhados pelo mundo, todos
são mentes reconhecidas no seu meio de destaque, de liderança, exatamente por
difundirem princípios abertos, humanistas, agregadores. Acho que isso é a
grande marca que o metodismo traz, e eu não posso deixar de homenagear também a
minha avó, mãe da minha mãe, fundadora do Colégio Centenário, primeira aluna do
Colégio Centenário, em Santa Maria, tem um livro de memórias do Colégio
Centenário. Toda a minha família faz parte, fui batizado e fiz toda a minha
família faz parte, fui batizado e fiz toda a minha formação na Igreja Central.
Também quero deixar aqui um abraço e uma saudação ao Pastor Cláudio e à Pastora
Maria Eugênia, não sei se estão aqui. Estou sem óculos, também não enxergo
muito, mas quero deixar a minha saudação a eles que são amigos espirituais de
todas as horas da minha família. Lembrando aqui a Professora Nina, que era
nossa diretora do Colégio Americano, o Bispo Sadi, que batizou a mim e minha
irmã. Meu sobrinho fez toda formação no Americano e agora minha sobrinha lá
está. É uma trajetória, eu frequento muito o IPA, a Faculdade de Direito, aqui
encontrei o novo Diretor, também colega de faculdade, onde hoje temos uma
formação de referência no campo do Direito na cidade de Porto Alegre e no Rio
Grande do Sul. Todas as discussões de vanguarda, vamos dizer assim, no campo do
Direito, pelo menos na área onde venho trabalhando mais, na área de violência e
segurança pública, hoje o IPA é a vanguarda da Cidade. Quero saudar aqui o
Professor Celso Rodrigues, a Professora Virgínia Feix, Marcos Rolim e tantos
outros que lá lecionam, e eu comumente estou lá assistindo palestras e
participando de atividades. Então deixo aqui realmente a minha saudação por
esse patrimônio espiritual e cultural de nossa Cidade que a Rede Metodista
significa, e que formou muitas gerações. O Americano, Professor Garcia, é mais
velho que o IPA, tem 128 anos.
Lembro que, quando houve os 250 anos da fundação do
Metodismo no Brasil, eu plantei uma árvore, um ipê, que está ali na frente do
Americano, que hoje já tem a altura do ginásio; ele ficou velho, eu não.
Realmente é o espaço onde estão depositadas as memórias da minha formação
humana, espiritual, e os meus princípios advêm desta escola e desta trajetória.
Um grande abraço e parabéns, mais uma vez, a todos e a todas. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Bernardino Vendruscolo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu desejo
inicialmente, ao passo de me solidarizar com o Ver. Garcia pela homenagem,
dizer que ela tem para mim, pessoalmente, um grande inconveniente: é que ela me
joga para trás, me joga para 50, 60 anos atrás. Eu sou nascido em Quaraí, e lá
só tinha duas igrejas: a católica e a metodista. A igreja metodista tinha como
pastor o Prof. Serafim, um educador revolucionário na época, de tal porte, Ver.
Garcia, que ele tinha uma escola de datilografia chamada Escola Independência:
era um fenômeno! Evidentemente que a maioria das pessoas rondavam a
possibilidade de ser um dos alunos do Prof. Serafim, que também lecionava
inglês no Ginásio Estadual de Quaraí. Mas o importante era ser aluno da Escola
Independência porque se estava modernizando na escola de datilografia. Eu estou
falando em coisas de 1952, 1953. Em 1953, eu tive uma mudança no rumo da minha
vida. Eu fui aluno do Instituto União, em Uruguaiana, e ali eu consumi, aprendi
e me comprometi com o lema: liberdade com responsabilidade. Acho que, naquela
escola em Uruguaiana, nasceu um liberal que está presente na Câmara de
Vereadores, de postura assumida, sabendo que a liberdade é um bem do qual não
podemos prescindir, mas que precisamos saber utilizar. Isso eu aprendi com o
Prof. Jonas de Figueiredo e com outros mestres que lá tive, em Uruguaiana.
Eu digo tudo isso porque o IPA, para mim, é quase
uma ficção, perdoem-me a expressão. É que, quando em cheguei, em 1954, aqui em
Porto Alegre, houve uma tentativa de eu ser matriculado no IPA, lá no Morro
Milenar, mas eu fui morar na Rua Benjamin Constant, nº 878, aí era muito
distante do IPA. Naquela ocasião, o IPA ficava longe do bonde, e o bonde era o
meio pelo qual a mobilidade urbana ocorria. Então, o Prof. Aslid Gick, que era
o Reitor, acredito, até a última hora reservou uma vaga para mim, que eu não
ocupei, mas isso não me afastou do IPA, até porque, lá no IPA, eu conheci
vários amigos, um dos quais está hoje aqui na Câmara, o nosso querido Vereador
– um dos mais antigos –, o Nereu D’Avila, que era interno ou semi-interno no
IPA, junto com o Eurico, com o Nei Oliveira e outros tantos.
Dito isso, acho que já estou dizendo que o Ver.
Garcia foi muito feliz em propor esta homenagem. A presença tão significativa
das pessoas vinculadas ao IPA e, também, ao Americano – porque, quando eu falo
no IPA, eu faço uma referência ao IPA onde os meninos estudavam, mas não me
esqueço de onde as meninas estudavam, com a Miss Clark, no Colégio Americano...
Eu me lembro muito bem da forte equipe de vôlei feminino, campeã das nossas
olimpíadas estudantis que o Prof. Bruxo organizava. Aliás, no futebol, acho que
o pessoal do Dom João Becker até hoje festeja uma vitória que nós tivemos
contra a forte equipe do IPA, lá do Morro Milenar.
Vocês todos que representam o IPA, esse IPA que não
é mais uma escola onde tinha internato ou onde só estudavam rapazes, mas que
hoje é uma expressão da vida universitária de Porto Alegre, eu quero que todos
saibam que, aqui na Câmara de Vereadores, tem alguns saudosistas que ainda
pensam que, um dia, será como sentar naqueles bancos escolares do Instituto
Porto Alegre.
No correr dos tempos, eu me lembro de que, uma
ocasião, o Nereu promoveu uma homenagem, eu não me lembro bem para quem, e lá
eu estive presidindo aquela sessão naquele auditório tradicional.
Voltarei outras tantas vezes lá para cumprimentar
os senhores, as senhoras que mantêm no IPA, que mantêm no ensino metodista essa
tradição com a qual me confesso comprometido. Eu sou católico, mas aprendi a
respeitar os metodistas por inteiro pela sua rigidez moral e, especialmente, pelo
que eles representaram na minha formação pessoal, o que já confessei inúmeras
vezes e repito no dia de hoje. Recebam os senhores, recebam as senhoras o meu
mais eloquente elogio. E esse eloquente elogio, minha querida colega Luiza
Neves, que tão brilhantemente ocupou a tribuna, o elogio que eu faço para o IPA
e para os metodistas é dizer: continuem ensinando para as pessoas que o grande
bem que o homem tem depois da vida é a sua liberdade, que ele tem de utilizá-la
com muita responsabilidade, sabendo que um bem como esse não pode ser
pervertido.
Vida longa para o IPA, para o Americano, para o
ensino metodista em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e no Brasil! Que o
centenário que foi aqui referido continue prosperando, que o IE de Passo Fundo
continue prosperando e, enfim, que o meu União continue sendo o União que eu
conheci quando eu tinha 13 anos de idade. Muito obrigado e meus parabéns.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Convido o Ver. Professor Garcia para fazer a
entrega do Diploma ao Magnífico Reitor Roberto Pontes da Fonseca.
(Procede-se à entrega do Diploma.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Sr. Roberto Pontes da Fonseca, Magnífico Reitor
do IPA – Instituto Porto Alegre, está com a palavra.
O SR. ROBERTO
PONTES DA FONSECA: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) A ação metodista pode ser compreendida como especialmente
educativa. O metodismo nasceu num ambiente educacional na Inglaterra, na
Universidade de Oxford, na qual alguns acadêmicos se reuniam para,
metodicamente, estudar a Bíblia, cultivar a vida espiritual e exercitar sua
responsabilidade social. A partir da segunda metade do século XVIII, a educação
constitui-se numa das prioridades dos metodistas. Foram criadas escolas antes
mesmo que houvesse educação pública na Grã-Bretanha ou nos Estados Unidos. A
primeira escola metodista data de 1748, na região de Bristol, a Kingswood School, na qual a educação se constitui em um processo
permanente de aprendizagem, conforme afirmava John Wesley, um dos seus fundadores: o
homem deve estudar continuamente. O Instituto Porto Alegre, antigo Porto Alegre
College, foi fundado por missionários oriundos da Faculdade de Teologia da Southern
Methodist University – SMU, da Igreja Metodista Episcopal do Sul dos Estados
Unidos, hoje, a Igreja Metodista Unida. Isso ocorreu em 19 de fevereiro de
1923, tendo à frente do seu projeto o Bispo John Morrow. Em setembro de 1921,
começou a campanha para o início das obras com o lançamento da pedra
fundamental no Morro de Petrópolis. No primeiro momento, Porto Alegre College
funcionou num sobrado alugado no Centro da Cidade, na Rua Marechal Floriano, nº
79; o primeiro Reitor foi o Reverendo Saunders. No ano seguinte, 1924, as aulas
já passaram a acontecer no Morro de Petrópolis, quando ficaram prontos os dois
prédios principais, réplica da SMU, da cidade de Dallas, no Texas.
Inicialmente, o IPA oferecia os cursos primário, ginasial e bíblico – este formava
pastores para a Igreja Metodista. Em 1927, passou a oferecer o Curso Comercial
e, em 1935, tornava-se a escola do comércio. Em 1937, o nome do colégio foi
nacionalizado, passando a denominar-se Instituto Porto Alegre, de onde nasceu a
sigla IPA. O IPA, como as demais escolas metodistas, evidencia a educação
física e os esportes, proporcionando um desenvolvimento harmonioso do corpo e
do espírito, objetivando a formação de um ser humano com ação física,
moralmente sadio, alegre e robusto, representando assim o progresso da Nação.
Em 1967, o IPA passa a admitir moças em todos os seus cursos. O ingresso do IPA
no ensino superior aconteceu em agosto de 1971, com o Curso Superior de
Educação Física, inaugurando assim a Escola Superior de Educação Física do IPA
e, para tanto, a construção da piscina térmica num prédio de três andares, com
sauna, salas de estética, miniginásio, salão de fisioterapia e demais
dependências. Em 1973, preocupados em suprir a falta de professores titulados
no interior do Estado do Rio Grande do Sul, a ESEF passou a oferecer o Curso
Superior de Educação Física e Técnica Desportiva em regime de férias, também
chamando de Parcelado. E assim, mais de 300 professores do Interior receberam
formação qualificada nas quatro turmas em que funcionou. A partir de 1975,
tiveram início os cursos de pós-graduação em nível de aperfeiçoamento e de
especialização em Educação Física. No Rio Grande do Sul, o Centro Universitário
Metodista compõe a Rede Metodista de Educação do Sul, complexo que se verifica
pela integração de quatro grandes instituições tradicionais do Estado que
constituem, na história, mais de um século de existência educacional. Como
instituição metodista, o IPA faz parte de uma rede mundial de instituições
educacionais mantidas pela Igreja Metodista, composta por mais de 700
estabelecimentos de ensino, em 67 nações, com presença em todos os continentes.
Atualmente, o Centro Universitário Metodista do IPA
oferece quase 30 cursos superiores, diversos cursos de especialização,
programas de mestrado profissional em reabilitação e inclusão e o programa de
mestrado em biociências e reabilitação, participando de diversos projetos
sociais e educacionais em parceria com este Município, com este Estado e também
com o Governo Federal.
Por essa razão, agradeço pela colhida ao IPA.
Noventa anos se passaram, contudo, continuamos firmes, com liberdade e
responsabilidade, mas no mesmo propósito iniciado em 1748, desejando participar
do processo de construção de um mundo justo, fraterno e à luz dos valores do
reino de Deus. Muito obrigado por esta homenagem ao IPA. Que Deus seja louvado.
Agradeço ao Ver. Garcia e ao Presidente dos trabalhos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Esta Casa agradece, na pessoa do Professor Garcia,
a oportunidade de homenagearmos uma entidade tão respeitada.
No tempo em que o nosso Reitor falava, citando o
Wesley, veio à minha memória um pedido do Ubirajara – um amigo que faz parte
daquela igreja que está localizada perto da antiga Praça do Portão, na Catedral
–, que nós encaminhamos, Ver. Professor Garcia, em 2007 ou 2008, de
transferência do Monumento a Wesley, que está aqui na Redenção, que só tem a
parte de alvenaria. E não foi possível, na oportunidade, em razão dessas coisas
de tombamentos, enfim. Nós não conseguimos atingir esse objetivo, que era
permitir que a própria Catedral pudesse reconstruir esse monumento e
conservá-lo ali na Praça do Portão. Então, eu queria só fazer esse registro,
talvez a gente possa retomar esse assunto, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
porque nos parece muito justo. Aqui na Capital nós temos muitos monumentos
abandonados, e a Igreja, o segmento religioso, naquela oportunidade, assinou um
documento se comprometendo a construir e dar manutenções futuras, que é o que
não está ocorrendo hoje, as manutenções aos monumentos estão a cargo do Poder
Público, e infelizmente a gente não está vendo muita facilidade para conservar
esse monumento. Fica o nosso registro aqui, Ver. Professor Garcia, quem sabe a gente
possa até retomar isso. Na medida em que o Reitor falava, eu lembrei que há
essa demanda, está arquivada aqui na Casa, para reconstruir o Monumento a
Wesley, porém não mais na Redenção, no Parque Farroupilha, e sim lá na Praça do
Portão, que fica ao lado da Catedral. Senhoras e senhores, muito obrigado. Nós
nos sentimos muito felizes por ter, no dia de hoje, esta oportunidade,
encaminhada pelo Ver. Professor Garcia. Obrigado. (Palmas.)
O
SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio
pelo falecimento da Sra. Laila Lontra Pinheiro, esposa do ex-Vereador Ibsen
Pinheiro. O enterro será às 17h, hoje, na capela 8, do Cemitério João XXIII.
O
SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; colegas Vereadores,
Vereadoras, senhoras e senhores, neste período de Comunicações, quero tratar de
um tema que é muito importante para a cidade de Porto Alegre que é uma dívida
do Poder Público Municipal, inclusive considero que é desta Casa para com os
cidadãos de Porto Alegre: o tema das calçadas na Cidade. Nós temos discutido
isso com muita veemência, inclusive no Plano Diretor. Nós encontramos as nossas
calçadas esburacadas, com tapumes, calçadas incompletas e inacabadas.
Nós aprovamos, nesta Casa, o Plano Diretor de
Acessibilidade da Cidade. O Prefeito Municipal, aproximadamente há um ano,
lançou um plano de recuperação das calçadas da Cidade – isso não aconteceu e
não vem acontecendo. Eu vou lembrar aqui uma fala de um visitante nobre que
tivemos aqui, nesta Casa e na Cidade, o ex-Prefeito de Bogotá. Perguntaram-lhe como
ele via a afirmação de uma cidadania e a representação da cidadania em uma
cidade. Ele respondeu que a qualidade da cidadania de uma cidade se mede pela
qualidade de suas calçadas. As calçadas de Porto Alegre não podem servir de
cartão-postal para a afirmação de nossa cidadania, porque, no Centro da Cidade,
um cadeirante não consegue se locomover adequadamente; uma pessoa que tenha
deficiência visual não consegue se locomover adequadamente; uma pessoa que
tenha problemas de audição também tem dificuldades de entender as sinalizações.
Então, é uma dificuldade permanente.
Eu lembro aqui que há conjunto de Vereadores que
sempre trataram deste tema. Além das calçadas, há a questão da localização da
Cidade. Nós não conseguimos encontrar nomes adequados nas ruas, nos bairros de
Porto Alegre. Nesse sentido, Sr. Presidente, eu faço aqui uma homenagem,
inclusive ao Ver. João Antonio Dib, que elegeu o ano de 2010 como o ano da
identificação das ruas de Porto Alegre. Então, Ver. João Antonio Dib, que
certamente nos ouve, queremos dizer que nada mudou de 2010 para 2013: as ruas
continuam sem identificação.
Nós trabalhamos aqui, intensamente, no ano de 2011
e 2012, fazendo os debates para tornar transparente aquilo que seria realizado
pelo Município, que seria uma licitação para o mobiliário urbano. Passou o ano
de 2011, não saiu; passou 2012, não saiu a licitação do mobiliário; nós já
estamos findando 2103 e não saiu a devida licitação. O ano que vem é o ano da
Copa do Mundo; em junho e julho do ano que vem receberemos centenas ou milhares
de visitantes em nossa Cidade, uma Cidade que tem as suas calçadas esburacadas,
que não tem nome nas suas ruas e que não consegue estar pronta ou apta para
receber não só os visitantes, mas para dar condições de cidadania a 1,4 milhão
de pessoas que aqui vivem.
Então, Sr. Presidente, eu venho aqui novamente a
esta tribuna para dizer que este Legislativo tem que ser responsável, junto com
o Executivo, para que essas tarefas que já foram aqui discutidas e aprovadas,
que têm planos, têm programas, se tornem realidade. Uma cidade não pode ter
calçadas esburacadas, não pode ter as suas ruas sem nomes, não pode ter
obstáculos para as pessoas que dependem da acessibilidade, não pode ter pessoas
que utilizem as vagas dos idosos, das pessoas com deficiência. Eu quero
registrar aqui novamente este pedido ao Prefeito Municipal: trate de nossas
calçadas, trate da...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Reginaldo Pujol assume a presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Reginaldo Pujol, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores; antes faço um registro, pois visita esta Casa o Moisés Santos
Pereira, que é um grande amigo, colega de profissão de muitos anos. Sinta-se
cumprimentado, Moisés. Obrigado por ter vindo aqui, a esta Casa, meu prezado
amigo Moisés. Juntos, trabalhamos lá nos idos de 1988, 1990. Então, fico muito
feliz em receber aqui a sua visita.
Mas o Ver. Engº Comassetto faz um registro das
questões dos passeis públicos, e eu me senti na obrigação de vir a esta
tribuna. O Ver. Engº Comassetto, como os senhores sabem, tem o entendimento de
que as calçadas, os passeios públicos precisam ser ou passar a ser de
competência do Poder Público – sua conservação e o conserto. O que está
acontecendo hoje? Hoje, a lei determina que são os proprietários fronteiros aos
imóveis – essa lei é de 1975. Pois bem, em 1975, os valores cobrados a título
de IPTU eram valores irrisórios, comparados com os valores de hoje. Então, esse
é um ponto que precisa ser observado. Essa prática é antiga, é baseada em uma
lei. Não há nada de irregularidade na cobrança da forma que está posta hoje, há
uma lei que regra isso, mas as coisas mudaram. De 1975 para cá, o valor do IPTU
passou a ser corrigido, e é um valor bem considerado hoje, se comparado com os
valores cobrados nos idos de 1970. Logo, nós também precisamos rever as
obrigações, as competências quanto aos pagamentos desses impostos.
Por outro lado, vamos imaginar o que está
acontecendo: hoje, cada proprietário tem a obrigação de conservar e consertar
as calçadas fronteiras aos imóveis – e calçadas chamadas de passeio público,
logo, é área pública, não é um espaço privado! Vejam só, o proprietário tem
obrigação de conservar e consertar, mas não tem o direito de proibir que alguém
estacione o automóvel na calçada, não tem o direito de proibir que abram
valetas para empresas de telefonia, para as secretarias e departamentos do
Poder Público. Então, há uma certa injustiça nisso. Por outro lado, do jeito
que está, cada proprietário, conservando e consertando as calçadas, na prática,
cada um faz, em tempos diferentes, usando materiais diferentes e mão de obra
diferentes. Nós nunca teremos calçadas regulares, se deixarmos do jeito que
está... Porque uma calçada feita hoje, daqui a cinco ou dez anos, estará
diferente; se alguém tentar fazer do mesmo jeito, será diferente. Então, nós
nunca teremos calçadas regulares. O material e a mão de obra dificilmente serão
os mesmos, épocas diferentes... Então, para nós um dia podermos ver, Ver. Engº
Comassetto, calçadas regulares, terão de ser feitas de uma única vez, com um
único material, com uma única mão de obra. “Ah, mas tu queres repassar ao Poder
Público uma obrigação que é dos particulares”. Mas essa obrigação, que é dos
particulares, está equivocada. Se nós observarmos as leis que vieram
posteriormente à década de 1970, elas nos trazem um outro entendimento de
direitos e obrigações.
Então, essa legislação, quer queiram ou não, está
desatualizada para o tempo de hoje. Sem contar essas questões que eu aponto:
não adianta deixarmos aos particulares, pois cada um faz ao seu tempo, do seu
jeito, usando materiais diferentes. Assim nós nunca veremos calçadas regulares.
Por outro lado, ao mesmo tempo em que o Poder Público cobra dos particulares,
ele não pergunta para os particulares se ele pode abrir valetas, se pode
plantar certas árvores, enfim, está havendo uma incoerência. Por isso,
precisamos rever a legislação atual e procurar fazer com que os próprios
cidadãos, proprietários dos imóveis fronteiros, tenham, também, uma certa
segurança quanto a isso. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Reginaldo Pujol): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, quero, em nome da
nossa Bancada – em meu nome e em nome da Ver.ª Sofia Cavedon e dos Vers.
Alberto Kopittke, Mauro Pinheiro e Marcelo Sgarbossa –, dar continuidade ao
tema que trouxemos, hoje, no período de Comunicações, que é a qualidade das
calçadas da nossa Cidade.
O Ver. Bernardino vem à tribuna e defende uma tese
com a qual, em princípio, tenho acordo, quanto às calçadas de Porto Alegre, no
sentido de que o Poder Público pode, sim, ser o executor das obras e
responsável pela qualidade das calçadas, e que, assim que executadas, possa
cobrar, lançar isso; pode ser junto com o IPTU ou junto com outro sistema. Há
várias teses: uma, que identifica que não precisa cobrar, e outra, que possa
cobrar. Sabemos que V. Exa. tem um projeto de lei sobre este tema.
Queremos colocar a nossa Bancada à disposição, não
só para debater como para auxiliar neste tema aqui na Casa, porque nós sabemos
que, quando vem algum tema que traz algum compromisso novo para o Executivo,
são encontrados todos os tipos de impedimentos, desde a questão do Orçamento do
Município, que nós vamos discutir daqui a pouco, até a sua aplicação. Agora, o
que não pode é as calçadas continuarem como estão, como eu já disse há poucos
minutos, aqui. Inclusive, Ver.ª Mônica, esse é um tema de segurança. Outro dia,
eu estava com um visitante caminhando na Rua da Praia, e ele torceu o pé num
buraco, próximo às Lojas Americanas. Se a principal via de pedestres da nossa
Cidade, a Rua da Praia, tem buracos... O Secretário Mauro Zacher me ligou, logo
após o meu pronunciamento, dizendo que aquilo ocorre devido, principalmente,
aos caminhões de abastecimento e aos caminhões-cofre que por ali passam. Nós
temos que tratar disso. E também nos disse que há um projeto para reestruturar
a Rua da Praia. Primeiro, quero agradecer ao Secretário Mauro, que, de pronto,
ligou para cá dizendo que havia esse projeto, e convidá-lo para vir a esta Casa
apresentar esse projeto de reestruturação da Rua da Praia, da Av. Borges de
Medeiros e entorno. Porque considero que, na gestão Fogaça, houve um retrocesso
no Centro da Cidade, quando foi liberado, novamente, aos carros ocuparem a Av.
Borges de Medeiros, o entorno da Prefeitura e do Largo Glênio Peres. Isso
significa discutir um conceito de Cidade, porque nós construímos uma Cidade e
apontamos: ou damos preferência para a cidadania ou para o automóvel. Temos que
qualificar, cada vez mais, para que o transporte público possa chegar ao Centro
e retirar, cada vez mais, o automóvel do coração da nossa Cidade, dando lugar
para – óbvio – o abastecimento, para a logística, mas, em primeiro plano, para
as pessoas que por ali caminham, o cidadão, o pedestre. Agora, tem que haver
garantia nessas calçadas, como o fechamento dos buracos, esses consertos terem
continuidade; ali há tapumes – como o Ver. Bernardino já mostrou aqui com
fotografias – que, se não interrompem 100% da calçada, interrompem 80%, 90% das
calçadas de Porto Alegre. Então, esta Cidade precisa de um choque de
urbanidade, precisa que o planejamento da Cidade trabalhe isso e que apresente;
que o Plano Diretor seja respeitado – porque não está sendo respeitado na sua
plenitude –, e que haja projetos e programas concretos. Falo, sim, ao Prefeito
Fortunati, que anunciou que, em 2011 e 2012, haveria a licitação do mobiliário
urbano; até o momento não saiu. Esta Câmara vinha discutindo isso e quer
continuar, não só a tipologia como a transparência desse processo. Venho aqui,
em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, ratificar que uma cidade com
cidadania é aquela que oferece qualidade aos seus cidadãos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, só para colaborar. O que o Ver. Engº
Comassetto cita, chama-se, no Código Tributário, Taxa e Contribuição de
Melhoria – isso, sim, é possível. A única situação que me parece é que nós,
todos os Vereadores, independentemente de sermos de situação ou oposição,
deveríamos fazer é um acordo com o Executivo. Mas é possível, sim.
O SR.
PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Registrado, ainda que não regimental, mas como é
uma contribuição positiva, é feito o registro, e o Ver. Comassetto já me acena
com a cabeça, dizendo que recebe de bom grado a colaboração.
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Boa-tarde a todos e a todas. Um fato chocou todos
nós no dia 29 de outubro, quando um bebê que estava na UTI Neonatal do Hospital
Fêmina, que integra um dos hospitais do Grupo Hospitalar Conceição, veio a
óbito; morreu. Está sendo investigado o caso, foi aberta uma sindicância, mas
se supõe que teria sido injetado alimento em suas veias ao invés de medicação.
O bebê estava internado em um dos espaços para crianças em situação crítica, e
isso choca, por um lado, todos nós que somos absolutamente solidários com a
família neste momento. E, por outro lado, tem que trazer novamente a esta tribuna
o debate sobre a Saúde pública, o debate sobre a gestão da Saúde pública, o
debate sobre a falta de funcionários na Saúde pública, o debate sobre a
garantia de que, ao chegar a um hospital, um pronto atendimento, uma Unidade
Básica de Saúde, a população tenha não só atendimento, como, no mínimo, não
corra risco. Eu fiquei muito chocada porque, desde maio deste ano, a direção do
Grupo Hospitalar Conceição foi alertada sobre a falta de funcionários na UTI
neonatal.
Eu tenho em mãos um abaixo-assinado de 14 de maio
dos trabalhadores da UTI neonatal dizendo que chamavam a atenção da direção do
Hospital para uma situação crítica de falta de funcionários causando
desconforto físico e psíquico de toda a equipe. Esse desconforto pode acarretar
afastamentos por problema de saúde e pedidos de remanejo interno, agravando
ainda mais a situação vigente.
Outra preocupação da equipe é o grande risco do
paciente quanto à integridade técnica nesse período de superlotação, o que
também causa desconforto entre funcionários e familiares. Fui ver as
declarações do Conselho de Enfermagem, e, pasmem, havia metade do quadro de
funcionários naquele momento do grave e fatal erro no Hospital Fêmina. Havia
metade do número de enfermeiros necessários para atender os 40 bebês que estavam
internados na UTI neonatal. Mais grave ainda é que o representante da
Associação dos Funcionários do Grupo Hospitalar Conceição levou esta pauta,
depois de entregue o abaixo-assinado, para uma reunião do Conselho de
Administração, no dia 12 de junho. Tenho em mãos esse documento dizendo que o
representante dos empregados nesse colegiado registrou o recebimento de um
documento dos trabalhadores lotados na unidade intensiva neonatal versando
sobre as condições de tratamento e de sobrecarga devido ao número insuficiente
de profissionais para o cumprimento das tarefas e escalas de serviço. Por essa
razão, o referido conselheiro solicitou um estudo completo sobre o
dimensionamento adequado do pessoal para o Grupo Hospitalar Conceição
observando os parâmetros preconizados pelo Ministério da Saúde, o que de fato
não ocorreu, porque, na noite da tragédia, faltavam funcionários, faltavam
enfermeiros, faltavam técnicos, e o mais grave ainda é que a direção havia sido
avisada em maio – em maio! – deste ano sobre os problemas graves de
superlotação, o que causa, além de todas as pautas trazidas pelos
trabalhadores, evidentemente, riscos à nossa população. Então, nós queremos
aqui registrar a nossa preocupação com o Grupo Hospitalar Conceição, que recebe
um bilhão e duzentos milhões de orçamento, tem mais receita que a maior parte
dos Municípios do Estado do Rio Grande do Sul, estando em quarto lugar em
receita, e nós vemos o mau uso dos recursos públicos, nós vemos uma gestão
partidária...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: ...uma gestão que loteia os cargos de chefia.
Semana passada, o setor de manutenção fez uma mobilização e conseguiu que não
fosse dado um CC para um cidadão que não tinha nenhuma relação com o setor de
manutenção do Cristo Redentor, nenhuma vinculação técnica, a partir de uma luta
dos trabalhadores do Cristo Redentor, conseguiram que essa barbaridade não
fosse realizada. Infelizmente, a omissão nesse caso é a negligência de uma
denúncia realizada em abril e maio deste ano, em dois momentos diferentes, em
duas formas diferentes, tem precarizado a saúde pública. Nós queremos debater
todas essas responsabilidades. Se o gestor sabia que faltavam funcionários, o
gestor foi irresponsável e omisso diante dos problemas de saúde da nossa
população.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, eu fiquei surpresa,
ouvindo as manifestações do Ver. Comassetto. Aliás, acho que é de praxe que o
PT use essa tribuna na quinta-feira, fica rodando – como jornalista, eu sei – a
TVCâmara fica de quinta-feira até segunda-feira passando as matérias. Então é
uma estratégia até bem inteligente usar a tribuna para atacar o Governo, que o
Governo não faz isso, o Governo faz errado; a Cidade está uma porcaria, está
desumana. Eu me surpreendo porque... Quem é o PT para falar? O Governo Estadual,
principalmente que conheço bem, para falar que as coisas não estão
bem, começando pelo IGP, Instituto Geral de Perícias, que está sucateado, está
com problemas do PPCI, uma porta só para incêndio, 260 funcionários trabalhando
lá. O IGP, Instituto Geral de Perícias que é aquele órgão importantíssimo que
elucida crimes e que também trabalhou na questão da tragédia da boate de Santa
Maria.
Mas é uma bela estratégia, eu concordo, o Vereador
é inteligente, subir na tribuna e atacar o Governo Municipal sem parar. Então
eu resolvi subir aqui para esclarecer ao Ver. Comassetto, que talvez não saiba,
que este projeto das calçadas... Eu moro em casa, vou dar como exemplo, a minha
calçada está sob a minha responsabilidade, e se ela tem defeitos ou problemas,
cabe a mim cuidar. O Governo Municipal fez um projeto e agora está na segunda
etapa. Vou ler aqui, para não falhar em nada (Lê.): “A segunda etapa do
programa ‘Minha Calçada: Eu curto, Eu cuido’ foi lançada nesta quarta-feira,
17, pelo prefeito José Fortunati e o secretário Municipal de Obras e Viação,
Mauro Zacher. A partir de outubro, os passeios públicos de mais nove bairros da
Capital serão fiscalizados e receberão notificação por Aviso de Recebimento
(AR). Atualmente, a campanha para revitalizar as calçadas da Cidade e
conscientizar os cidadãos sobre as responsabilidades no processo de conservação
dos passeios está ocorrendo em regiões dos bairros Bom Fim, Menino Deus e
Moinhos de Vento, listados no edital publicado em 2013.”
Ora, aqui tem uma série de documentos onde comprova
que a Prefeitura está trabalhando, sim, na questão das calçadas. Agora, nós
temos que registrar que é de responsabilidade de cada um. Eu, como proprietária
de uma casa, tenho responsabilidade de manter a minha calçada correta, num plano
que não prejudique o cadeirante, os carrinhos, as bicicletas. Ou seja, nós
estamos falando aqui da cultura de um povo. É da responsabilidade de cada
proprietário, e também dos edifícios, de manter o passeio e as calçadas de
forma que não atrapalhem, não prejudiquem e não causem acidentes. Impossível
que o governo, qualquer governo, tenha fiscais em todas as ruas da Cidade. Nós
sabemos que necessitamos para outras coisas bem mais sérias. Outra coisa também
importante é que o projeto de revitalização, o Antonio, fiel escudeiro do meu
gabinete me trouxe aqui, que será lançado o valor agora para o Centro da Cidade
no valor de 5 milhões que serão investidos nos passeios do Centro da Cidade,
General Câmara, agora, na Feira do Livro. Então, o Governo não está dormindo. O
Governo não está trabalhando com uma Cidade desumana; muito pelo contrário. Aí,
falando em humanidade, Ver. Comassetto, eu puxo aqui a ação Minha Calçada. É
mais uma ação da Prefeitura dentro do movimento de Porto Alegre pensando
justamente neste lado preocupado, humano, com aquelas pessoas que têm
dificuldade, principalmente de circular nesses locais. Então, eu não poderia
ficar de mera expectadora, na minha cadeira, ouvindo esses absurdos, ouvindo
dizerem que o Governo Municipal não está trabalhando em benefício da Cidade.
Aliás, nunca um Prefeito trabalhou tão preocupado com a Cidade de Porto Alegre.
Eu não lembro, nos 16 anos do PT, que tenham feito alguma coisa desse tipo.
Obrigada.
(Revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Agradeço à oposição. Quando viemos a esta tribuna falar da qualidade da
cidadania e da qualidade da cidade, Ver.ª Mônica Leal, não estamos vindo aqui
atacar o Governo, mas defender a cidadania. Agora, se o seu viés autoritário,
que é a sua característica, acha que não podemos debater e fazer uma discussão
democrática sobre a qualidade da Cidade, eu não sei onde poderemos fazer isso.
Agora, o público que está nos ouvindo, eu tenho certeza que não concorda com a
senhora com a qualidade da Cidade, que está fantástica em relação às suas
calçadas. Eu a convido, Ver.ª Mônica, para irmos à periferia da Cidade. Eu
quero que a senhora vá à Lomba do Pinheiro onde eu passo todos os dias às 7h.
Lá, tem centenas de crianças, Ver. Brasinha, andando no leito da rua para
chegar até a escola porque não tem calçada! Bom, morar no Moinhos de Vento ou
em outras regiões em que tudo isso está estabelecido é uma beleza! Quando
trazemos este tema aqui, que é um tema de interesse da Cidade, está anunciado
que tem um programa que vai melhorar as calçadas. Eu quero dizer que já foi
anunciado aqui e não foi hoje, foi em 2010, 2011, e onde está a qualidade das
calçadas? Nós vamos debater, daqui a um pouquinho o Orçamento. Eu quero que a
senhora venha aqui e apresente o Orçamento que foi anunciado em 2010 e 2011,
que foi aplicado na melhoria das calçadas da Cidade. Eu também quero que a
senhora venha aqui, Ver.ª Mônica, para defender um grande Vereador desta Casa,
que foi o Ver. João Antônio Dib, que elegeu o ano de 2010 como o ano da
Colocação de Placas de Identificação na Cidade, porque foi anunciado que seria
feito esse programa. Quero que a senhora justifique aqui da tribuna os números
de quanto o Governo aplicou na sinalização da Cidade. Nós não conseguimos nos
locomover na Cidade em função da falta de identificação, bandeira que não é
minha. Vem dizer agora que o Ver. João Antônio Dib está atacando o Governo
também? Ora, por favor! Não reconhecer, Ver.ª Fernanda Melchionna – e agradeço
aqui o tempo – e dizer que a cidadania de Porto Alegre tem muito a oferecer
desde que o Poder Público municipal a observe, desde que a ouça, desde que
acolha a sugestão, que Porto Alegre foi a primeira cidade que aprovou no seu
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental o Planejamento
Participativo. Não basta ter isso na teoria; nós temos que resolver isso na a
prática, Ver. Pujol, democracia participativa... E aqui eu cumprimento... Ontem
teve a eleição lá na Região de Planejamento 6, que foram eleitos os novos
conselheiros, o Ronaldo, que é do Sindipetro, junto a outros eleitos.
Cumprimento os conselheiros que estão sendo eleitos para serem ouvidos pela
Cidade.
Então Ver.ª Mônica, quero fazer com a senhor um
desafio, eu faço um debate com a senhora onde quiser sobre a qualidade das
calçadas de Porto Alegre. Eu continuo dizendo que as calçadas estão em péssimas
condições na cidade de Porto Alegre, contra a sua tese, que está uma beleza, está
tudo uma maravilha. Inclusive faço mais: nós podemos escolher de comum acordo
um cadeirante, e nós vamos acompanhar o deslocamento dele pela Cidade, pelas
calçadas de Porto Alegre. Eu faço esse desafio com a senhora. Está lançado,
para que nós possamos, democraticamente, solidariamente, fazer essa caminhada
pelo Centro da cidade de Porto Alegre.
Também faço outro desafio com a senhora: de nós
pegarmos qualquer bairro, a senhora pode escolher o bairro, nós podemos até
pegar uma pessoa que não conheça a Cidade, vamos dar o nome de uma rua, ele vai nos guiar pelas placas da Cidade até chegar naquele local.
Faço este desafio para a senhora também. E se quiser um terceiro desafio, eu
faço também: pegar as crianças que estudam na periferia, nas escolas da periferia
da Cidade, das paradas de ônibus até a escola, se 100% delas não caminham no
leito da rua. Caminhando no leito da rua, eu tenho essa preocupação, sim, com a
cidadania e com a periferia da Cidade.
Portanto, Ver.ª
Mônica, esta Casa é a da democracia, me proponho a aprofundá-la com a senhora.
Um grande abraço. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Reginaldo
Pujol, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhores que estão aqui, eu venho a
esta tribuna falar em Liderança pelo meu Partido PTB, Ver.ª Luiza Neves. Eu não
posso entender, Ver. Comassetto, como V. Exa. fala tão mal do Governo
Municipal. E, olha, eu tenho admiração pelo trabalho do Ver. Comassetto, mas eu
não posso concordar com ele quando ele começa a falar tantas coisas erradas. E
ele fala, fala e fala, Ver.ª Luiza. Eu cheguei a ponto de pensar que o Ver.
Comassetto e a Ver.ª Sofia deveriam ser os conselheiros do Governo Fortunati,
ou seja, tudo o que o Fortunati lançar, vem e pede uma orientação para o Ver.
Comassetto, que seria o “vereador-corregedor”; não teria problema. E tenho
certeza, Vereador, de que o senhor trabalha muito, mas a gente tem que
reconhecer as coisas boas que estão feitas na Cidade.
E, é claro, que têm
algumas coisas erradas. Encontrei, agora mesmo, o nosso querido Vereador que
tanto nos ensinou, o Ver. Dib, que é um Vereador que sabe sentir a Cidade, tem
sensibilidade. Ele foi Prefeito da Cidade.
E V. Exa. sabe de
tantas coisas ruins que aconteceram nesta Cidade, durante o governo do seu
Partido. O senhor sabe que é verdade! Esta Cidade estava literalmente quebrada,
sucateada, e lá veio o nosso Prefeito José Fogaça, que conseguiu conduzir a
Prefeitura e levar novamente esta Cidade para um primeiro patamar. O Prefeito
não tinha crédito, nem sequer havia sido paga a 1ª Perimetral. E quem pagou a
primeira prestação foi o Governo Fogaça. E tivemos ainda mais sorte porque os
“josés” são abençoados por Deus! Porque veio o José Fortunati, que continua com
o trabalho e fazendo um trabalho certo. Não é mais aquela Cidade que víamos no
Cidade Viva, das propagandas de televisão e rádio, não é? E, olha, Vereador, eu
sou de reconhecer um bom trabalho quando ele acontece. Eu reconheço o trabalho
do Governador! E, agora mesmo, há pouco, estávamos lá com o Governador. E
reconheço, Mônica, quando é feito um bom trabalho.
Realmente, Ver.
Comassetto, com as coisas que estão acontecendo na Cidade, nós temos que
lembrar o que o Governo Fortunati está fazendo, e fazendo muito pela Cidade. V.
Exa. sabe disso, bote a mão na consciência e lembre o momento em que esta
Cidade literalmente estava quebrada. A SMOV sucateada; a SMAM, nem se falava; a
Procempa vocês deixaram quebrar também. Tudo estava quebrado nesta Cidade!
Vocês deviam R$ 176 milhões, e não tinham dinheiro nem para pagar a folha de
pagamento dos servidores. Isso é verdade, Ver. Comassetto, V. Exa. fazia parte
desses 5.844 dias de Governo, e foi uma verdadeira vergonha o que aconteceu na
Cidade. Quando o Governo José Fogaça entrou para a Prefeitura Municipal teve
que ir atrás de tudo, não constava nada, deletaram tudo. Por quê? Alguma coisa
errada tinha.
E, às vezes, Ver.ª
Mônica, a gente vê o discurso de alguns colegas Vereadores que não querem
entender o Governo, um Governo que tem transparência. Se tem problema na
Procempa, foi o Governo que apontou e pediu a investigação. E o Ver. Cleiton
sabe que isso é verdade. O nosso Governo, o nosso Fortunati, simplesmente,
abriu um inquérito na Procuradoria. E aí? Eles que começaram? Não, não foram
eles. Eu quero dizer que Vereador não é para estar investigando, a única pessoa
que é qualificada para investigar, aqui, é o Ver. Delegado Cleiton, que tem
esse trabalho de investigação. O que um Vereador entende de investigação? Vão
lá e buscam no Ministério Público, na Delegacia, na Brigada. Que investigação
estão fazendo?...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. ALCEU BRASINHA: ...Eu entendo que
investigação tem que ser feita por pessoas que são treinadas, que estudaram
para isso, que têm vários anos de trabalho. Quem é o Vereador que tem essa
propriedade? Só o Ver. Delegado Cleiton, qualquer outro Vereador eu discordo.
Se soubessem investigar, eles não iriam à Polícia Militar pegar inquérito, não
iriam à Brigada Militar, ao Ministério Público. Pronto! Não precisariam deles.
Eu acho que Vereador tem que discutir o Orçamento do Município, a sua rua, o
seu bairro, a sua cidade, e ver o que acontece, porque discutir investigação
não é conosco. Desculpem, mas realmente não concordo com os Vereadores
investigarem coisas que são da Polícia e do Ministério Público. Obrigado, senhores.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Delegado
Cleiton está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, funcionários desta Casa, colegas taquígrafas, senhores que nos
assistem, eu estava ali sentado, observando, como é a minha maneira de ser e de
observar, e a Ver.ª Mônica me chamou para o debate, dizendo que o meu Partido
tem que estar presente na defesa do Executivo. Às vezes até tento não subir
aqui para discutir “sexo dos anjos”, mas eu gostaria de tocar nesse assunto já
que fui chamado pela amiga Ver.ª Mônica Leal. Vereadora, eu concordo em algumas
situações com o que colocou o Ver. Comassetto. Quem anda como eu na cidade de
Porto Alegre, e ando muito, em fim de semana, em dia de semana, não tenho
horário, estou pecando, inclusive, em relação aos meus familiares, porque chego
tarde, fim de semana, passo com os meus assessores nas vilas de Porto Alegre. E
realmente temos falta de muita coisa em Porto Alegre, temos que avançar muito,
muito, Porto Alegre tem que avançar muito. A calçada também é algo que temos
que debater aqui. E nisso concordo com o Vereador, mas também concordo, Ver.ª
Mônica, que existe uma situação colocada aqui pelo PT, principalmente pelo PT,
parece que Porto Alegre... Eu não sei, agora passei ali e cumprimentei o meu
amigo Dib, que aqui é uma luz para todos os Vereadores, e agora vou até pedir
uma ajuda para o Ver. Pujol, dos mais antigos Vereadores: Pujol, sabe quanto
tempo de fundação de Porto Alegre? O Porto dos Casais? Não sabe, não é? Eu
também não sei. Infelizmente, até não pesquisei. Mas Porto Alegre, para o PT,
parece que nasceu há dez meses, parece que nasceu há um ano! Porto Alegre, para
o PT, parece que nasceu com um mandato do Prefeito Fortunati! E aqui eu vejo
uma notícia que me foi passada pela assessoria da Ver.ª Mônica Leal:
“Prefeitura de Porto Alegre contabiliza, até o momento, mais de vinte pontos de
intervenções em calçadas e endereços próprios ou passeios da grande circulação
da Cidade. O Projeto começou pelos Bairros: Centro Histórico, Cidade Baixa, e está avançando pelo Bom Fim, Menino Deus, Moinhos de Vento, além de
áreas próximas a esses bairros. Então, estamos fazendo! E a falta de calçadas
nasceu, agora, em dez meses? Mas o que fez... Eu até não gosto de bater nisto
aí, ele fez muita coisa boa, mas o que fez o PT nos 16 anos? Ou essas calçadas
de Porto Alegre desapareceram? As calçadas do bairro Lomba do Pinheiro, Ver.
Comassetto, desapareceram? Nos 16 anos do PT elas existiam, e desapareceram,
agora, no mandato do Prefeito Fortunati? É surreal! E eu frequento o bairro
Lomba do Pinheiro, sei realmente dessas necessidades, eu fui lá, agora,
domingo, no futebol, passei no campinho da Santa Helena...
(Som cortado automaticamente
por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. DELEGADO CLEITON: ...então aqui, para
quem nos vê pela TVCâmara, fica muito fácil essa crítica de que Porto Alegre
nasceu com o mandato do PT. E nós, aqui da CUTHAB, discutimos muito sobre os
aluguéis sociais. (Mostra fotografia.) Aqui eu estava lendo: “Aluguel social
gera bronca. Por duas noites, moradores de Sapucaia do Sul fecham rodovia para
protestar a função na remoção de mil famílias”. Governo do PT. Então, é isso.
Eu só queria deixar aqui marcado que o Governo Fortunati está fazendo, sim, e
que as calçadas e as mazelas de Porto Alegre não nasceram nesses 12 meses; o PT
teve 16 anos para providenciar, e essas calçadas não nasceram agora, não ressurgiram
agora, principalmente no bairro Lomba do Pinheiro, na Vila Morro da Cruz, na
Vila Campo da Tuca, no bairro Santa Teresa, no bairro Espírito Santo. Eles
tiveram 16 anos e não fizeram. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Mônica
Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
A SRA. MÔNICA LEAL: Ver. Pujol, ocupo
mais uma vez a tribuna na tarde de hoje, primeiro, para esclarecer uma coisa
que penso que é extremamente desagradável para as mulheres que, como eu,
trabalham muito e escutam esta frase: “A senhora é autoritária”. Mulher, quando
tem opinião, é autoritária – isso é uma coisa recorrente, a gente vê. Então,
Ver. Comassetto, eu me sinto na obrigação de, como mulher, não aceitar este
chavão: “A senhora é autoritária”. Não, não sou autoritária; eu tenho opinião!
Eu sou Vereadora, eu já fui Secretária de Estado, eu já fui candidata ao
Senado, eu tenho uma vida profissional que faz com que eu tenha opinião. Por
acaso, a minha opinião é completamente diferente da sua na questão do Governo
Municipal. Por que eu digo isso? Nós temos problemas? Temos, sim, muitos. Na
minha casa eu também tenho problemas. Eu moro numa casa de dois andares, às
vezes eu tenho uma parte da casa que está precisando de conserto, não consigo
fazer a parte da direita, mas faço a parte da esquerda, a da frente, a dos
fundos, fica uma obra, incomoda, mas é para ficar melhor. Então, é visível que
Porto Alegre está em obras. É visível que o Prefeito Fortunati é um homem
dedicado, interessado, está aí fazendo, sim, um bom trabalho. Agora, vir à
tribuna para furungar só coisas ruins realmente me incomoda. Por quê? Eu tenho
um Partido, eu tenho uma sigla, mas eu sei enxergar quando Partidos que não são
meus fazem coisas certas, trabalham direito, e isso tem que sobrepor ideologias
políticas, siglas partidárias. Então, foi por isso que eu subi à tribuna e não
aceitei o discurso de que a Cidade está uma droga, de que as calçadas todas
estão ruins! Não é assim. Inclusive, pedi, sim, ao Delegado Cleiton, como
Partido do Prefeito, que utilizasse esta tribuna para falar também. Eu queria
só fazer um registro: foram recuperadas mais de 50 calçadas no ano de 2011,
praças, paradas de ônibus, viadutos, prédios públicos, foram vistoriados 15.560
imóveis públicos e privados, 15% dos imóveis atendem na publicação do edital,
82% dos imóveis privados recuperaram as suas calçadas. Ora, agora estamos na
segunda fase desse projeto, no Bom Fim, como o Cleiton já colocou, o edital já
abrangeu as ruas, várias ruas do bairro. Então, não tem por que desfazer de um
trabalho que eu acompanho por intermédio da Ana Pellini, do Prefeito. Sobre
esse seu desafio, Ver. Comassetto, de nós convidarmos um cadeirante, não tem
problema nenhum; eu acompanho! Creio que vai depender do bairro que o senhor
apontar. Eu só espero que o senhor não escolha aquele bairro que ainda não
entrou no planejamento da recuperação das calçadas, porque aí o coitado do
cadeirante realmente terá dificuldades! Então eu proponho que a gente faça um
sorteio do bairro. Não tem problema!
Outro registro que
quero fazer são as coisas boas do nosso Prefeito! “Obra na Av. Icaraí reduzirá
chances de cheias.” Nós sabemos o quanto isso trouxe problemas para a
Prefeitura, e o investimento ali será de R$ 13 milhões no trecho entre a Av.
Diário de Notícias e a Av. Icaraí. Serão 620 metros do arroio Cavalhada
canalizados e cobertos com muros de contenção de concreto com dois metros de
altura. Não sou eu que estou falando; as manchetes são várias. Claro que se só
pegarmos as coisas ruins, fica fácil! Eu também posso pegar do Governo do
Estado, por exemplo, eu, que sou preocupada com a segurança do Rio Grande do
Sul, vou ler para vocês uma manchete que me preocupa, e muito: “Números da
Violência: Crescem Crimes contra o Patrimônio do Estado.” Sabem por que os
crimes estão crescendo? Não sou eu que estou dizendo, foi o Delegado Guilherme
Wondracek, Chefe do Departamento Estadual de Investigação, que disse que um dos
fatores que pode influenciar esse aumento é a impunidade. É claro que os crimes
estão aumentando por causa da impunidade! Por que existe a impunidade? Porque
não tem policiamento ostensivo nas ruas! Eu faço um desafio ao Ver. Comassetto
e para qualquer cidadão de bem que queira garantir o seu direito, com
segurança, de ir e vir...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. MÔNICA LEAL: ...de encontrar um
brigadiano nas imediações da Câmara até o Centro da Cidade. Não existe! Não tem
policiamento ostensivo. Então a bandidagem está solta! A impunidade assola o
Estado do Rio Grande do Sul, por consequência natural, a cidade de Porto
Alegre. É simples como dois e dois são quatro: não tem polícia nas ruas; tem
bandido nas ruas!
(Revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Passamos à
DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/10 minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 2968/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/13, que estima a
receita e fixa a despesa do Município de Porto Alegre para o exercício
econômico-financeiro de 2014. Com Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, nesta
Pauta Especial nós vamos discutir Orçamento. Eu cumprimento o Ver. João Antonio
Dib que estava nos assistindo aqui, na própria Câmara, e eu falava com a
certeza de que ele estaria nos vendo pela TVCâmara, mas ele estava aqui na
Câmara. Eu quero falar do Orçamento sobre o tema das obras e das
infraestruturas. Primeiro, quero dizer que sobre o tema das calçadas já foi
proposto nos Orçamentos anteriores reformar e refazer as calçadas. Quando
viemos aqui a esta tribuna fazer uma discussão sobre a qualidade da Cidade,
Ver. Cleiton e Ver.ª Mônica, eu os ouvi aqui com muito respeito e muita
qualidade, está equivocado, da parte de vocês, dizer que a gente está vindo
aqui fazer uma crítica cega ao Prefeito. Não, não é isso; nós estamos vindo
aqui para fazer um debate sobre os projetos da Cidade, procurando acertar
aquilo que está errado ou equivocado. Se nós dissermos que está tudo certo, o
contraditório não aparece e aí muitas questões que podem ser corrigidas não
serão, porque, se só uma corrente disser que está certo e não ouvir a outra,
não tem o contraditório. Eu vejo aqui, da tribuna, que está ali um líder
comunitário, o Paulista, eu quero saber do Programa da Regularização Fundiária
da cidade de Porto Alegre. O que foi aplicado neste último período na regularização
das vilas? Nós temos 750 vilas irregulares, e isso está no Orçamento. O Ver.
Cleiton é o Presidente da nossa Comissão, que é a Comissão de Transporte e
Urbanismo. Nós recebemos toda a semana um conjunto de comunidades que está com
seus projetos parados, acordos que não são cumpridos. Aqui eu poderia, Ver.ª
Mônica, citar: Vitória da Conquista, está concluída a regularização fundiária?
Não, não está, está ali. Lá no arroio Capivara, que corta Ipanema, que sai no
meio da praia de Ipanema. Nós recebemos aqui 37 famílias que têm um acordo
estabelecido lá no Socioambiental e que não foi cumprido. Estão lá, população
de risco! Eu poderia dizer mais: lá na Restinga – Salso 1, Salso 2 –, onde está
a regularização fundiária? Onde está a regularização fundiária da Vila Castelo?
Onde está a regularização fundiária ali na antiga Chácara da Fumaça, agora
bairro Mário Quintana, da quadra 151, da Vila Thêmis, de toda aquela comunidade
que não sai do papel? Essas pessoas são pessoas excluídas da cidadania, e está
no Orçamento. Por que não é cumprido isso? E eu quero dizer mais. Eu falava
aqui, Sr. Presidente, da Rua da Praia, dizendo que tem um projeto para
refazê-la. Agora eu fui verificar o Orçamento; não tem recurso no Orçamento
para poder fazer o projeto! Então, eu quero fazer outro desafio à senhora,
Ver.ª Mônica. Inclusive, sobre o que propus antes, está equivocada a postura de
desrespeito à senhora quando a chamo de autoritária. Eu a chamo de autoritária
convicto de que a sua formação política é uma formação que vem de uma raiz
conservadora. O PP de hoje já foi o PDS, que já foi a Arena, que sustentou a
ditadura militar. Então, a senhora vem dessa raiz. Qual é o problema de dizer
isso? Não tem nenhum problema. Eu sou diferente, eu sou filho do PT, que tem 33
anos e nasceu para contestar o regime que a senhora defendia. A nossa visão é
diferente, a senhora tem uma visão conservadora sob o ponto de vista da
política. Isso não é pejorativo, é uma análise que faço eu. Se a senhora
demonstrar o contrário, podemos aceitar a sua demonstração. Agora, o seu
Partido tem um viés de político conservador; o meu Partido tem um viés político
progressista sob o ponto de vista de transformação da sociedade, tanto que,
neste momento, no Orçamento do Município, tem, do Governo Federal, do meu
Governo, da minha Presidente, do nosso Governo, que é a Presidente Dilma, R$
5,4 bilhões destinados para Porto Alegre. Qual é o problema? Eu tenho ajudado a
construir isso com o Prefeito Fortunati, que é aliado desse projeto quando
coordena as cidades brasileiras.
A Sra. Mônica
Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Engº
Comassetto, só para esclarecer dois pontos. A minha origem autoritária a que o
senhor se refere não é do meu Partido. Eu fui criada por um militar, com muito
orgulho. Aliás, essa criação rígida, com o cumprimento da lei e a disciplina,
muito me ajudou na minha vida pessoal e profissional. Por isso eu não
participei da invasão da Câmara!
O SR. ENGº
COMASSETTO: O que eu respeito!
A Sra. Mônica
Leal: Só para registrar.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Eu também não!
A Sra. Mônica
Leal: Eu tenho um orgulho muito grande disso.
Agora, falando em calçadas, que é o que me
interessa aqui, que é o que me preocupa e não a sua opinião sobre eu ser ou não
autoritária, eu quero lhe mostrar, só para o deixar feliz, para passar o fim de
semana contente, dados da SMOV recém chegados: de janeiro a dezembro de 2012, a
SMOV executou nove mil metros quadrados de calçada, no valor de R$ 820 mil; de
janeiro a setembro de 2013, executou dez mil metros quadrados de calçada, no
valor de R$ 810 mil – obras em diferentes bairros de Porto Alegre. É só para
registrar para quem está nos assistindo que as calçadas estão em continuidade;
elas iniciaram, elas têm início, meio e fim. Obrigada pelo aparte.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sempre, Ver.ª Mônica Leal. Pensar diferente é o que nos traz a esta
Casa. Se pensássemos todos da mesma forma, não teríamos aqui a pluralidade que
temos hoje de 13 Partidos. O Ver. Reginaldo Pujol representa um Partido
político, que é o DEM; eu represento outro, que é o PT; está ali o Cecchim,
PMDB; PDT, é isso que nos faz pensar e agir diferente. É assim que se formam os
governos e se formam as gestões.
Voltando à questão do Orçamento, é fácil vir aqui e
dizer: “Construíram-se dez mil metros quadrados de calçadas”. Mas sobre que
tamanho? As calçadas de Porto Alegre têm mais de dois milhões de metros
quadrados. Dez mil sobre dois milhões é insignificante, é essa conta que nós
precisamos fazer. E, Ver.ª Mônica, que traz um dado da SMOV, pergunte à SMOV se
tem recurso para refazer a Rua da Praia e a estrutura do Centro no Orçamento.
Eu verifiquei e não encontrei. Até vou ligar para o Ver. Mauro Zacher para
saber se existe. Se não tem, nós temos a obrigação, neste debate que estamos
fazendo aqui, de colocar recursos.
Nós propusemos um conjunto de emendas lá no Plano
Plurianual que o Governo acolheu. Não é por ser de oposição que não acolheria.
Uma delas é para irmos em frente com o projeto do aeromóvel para a Zona Sul,
Ver. Cecchim. O aeromóvel é um veículo sobre o qual já foram feitos estudos.
Foram gastos R$ 3 milhões do Trensurb, e a Prefeitura, a partir de uma
iniciativa que tivemos lá em 2011 ainda... Os estudos estão prontos, e agora
está no Orçamento com uma verba para desenvolver o projeto, nós temos que ir em
frente.
Colocamos no Orçamento recursos para regularização
fundiária, é pouco! São 750 vilas que têm política, que têm dinheiro. Por que
não se faz a regulação fundiária? Então, esses temas são temas que nós precisamos
aqui qualificar.
Para concluir, Ver.ª Mônica, não precisamos fazer
sorteio para fazer a nossa caminhada pela qualidade da Cidade. Vamos escolher o
Centro porque o Centro é de todos. É o coração da Cidade, é de toda a cidade de
Porto Alegre. Vamos convidar o Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência
para que os cadeirantes escolham o roteiro, e vamos, juntos, fotografar para
que eu possa dizer à população que este debate é válido, que os cadeirantes não
conseguem se locomover no Centro da Cidade pelas dificuldades que existem.
Quero voltar a afirmar: tenho o maior respeito pela
senhora, Ver.ª Mônica – ali está a Clara Nanda, ali está a Luciane; lá no meu
gabinete, está mais a Otília, mais a Georgina, mais a Ivonete, todas mulheres.
Em casa, tenho mais quatro mulheres: três filhas e a minha esposa. Portanto,
vivo e convivo no meio delas. Então, não é por esta razão que vou destratá-las
ou chamá-las de autoritárias, e sim quando são conservadoras...
(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. ENGº
COMASSETTO: ...quando são conservadoras, como no seu caso, sob o
ponto de vista político. A senhora representa um segmento do pensar da
sociedade brasileira que tem um viés conservador, que eu respeito. Inclusive,
temos muitos projetos em comum. Eu sou Conselheiro Nacional das Cidades,
trabalho e apoio o Ministro, que é do seu Partido: Aguinaldo Ribeiro, que
comanda o Ministério das Cidades. Um grande abraço. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Declaro encerrado o período de Pauta Especial pela
desistência dos demais inscritos.
O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, nosso decano, Ver. Reginaldo Pujol; Vereadores que
estão aqui atentos a esta Sessão; eu ouvi um debate interessante do Ver.
Comassetto e da Ver.ª Mônica Leal, Ver. Delegado Cleiton. Orçamento é muito
interessante se discutir e dar a fonte, precisa ter a fonte no Orçamento, acho
que tem que ter. E o nosso lençol – não é um lençol, são vários lençóis –, os
nossos lençóis são curtos, mas acho que temos que fazer esse debate, sem dúvida
nenhuma. Quanto ao Governo Federal, que o Ver. Comassetto fala tanto que ajuda,
eu acho que ele tem boas intenções, mas o dinheiro que o Governo Federa manda
para cá... O Governo Federal é um banco! Ele empresta dinheiro para a
Prefeitura de Porto Alegre, ele não tem dado nada; a fundo perdido, até agora,
só promessa! Vocês lembram quando a Maria do Rosário foi candidata? Já faz uns
quatro anos, a gente até esquece. Ela disse que tinha R$ 300 milhões para o
projeto do metrô. Não apareceu esse dinheiro. O dinheiro todo prometido aqui
para o metrô – prometido –, a grande parte tem que pagar, tudo tem que pagar.
Falando de calçadas, esse é um assunto que eu me
arvoro o direito de dizer que entendo muito. Eu faço isso, eu tenho uma empresa
que faz isso. Eu não faço para a SMOV por uma questão ética. É legal, mas cuido
da ética e não faço calçadas para a Prefeitura. Acho, realmente, que os
proprietários têm que cuidar disso, aqui no Centro Histórico, inclusive, acho
que os proprietários têm que pagar as calçadas. Por isso, Ver. Comassetto, acho
que não há a necessidade de termos muitos recursos no Orçamento para fazer
calçadas. Precisa ter fiscalização, cuidar da execução e cobrar. Isso não
requer um orçamento; requer, talvez, um adiantamento de recursos que serão
cobrados. Casa-se a despesa com a receita, o contribuinte deverá pagar. Acho
que não temos muito que discutir um assunto que toda a Cidade concorda, senão
seria fazer proselitismo numa quinta-feira. Se fosse sexta-feira, que a novela
Saramandaia dizia que era dia de lobisomem, tudo bem; mas hoje é ainda quinta,
não vamos assustar o povo com salamaleques e futurismos.
Quanto ao aeromóvel, Ver. Comassetto, eu louvo a
sua força de vontade de levá-lo para a Zona Sul. Mas só lembro que aqui, na
frente da Câmara de Vereadores, nós temos um trambolho parado há 40 anos, o que
seria uma experiência do aeromóvel. Não vingou! Agora se fez esse do aeroporto,
está lá funcionando, só que eu duvido, eu asso um dedo se aquele aeromóvel
prestar serviço para sete, oito mil pessoas como estão dizendo. Eu não vi uma
mala sendo descarregada naquela estação para ir até o aeroporto, e não vi uma
mala saindo do aeroporto e indo em direção à estação do trem. Então, temos que
ter muito cuidado quando fazemos algumas afirmações. Vamos ver! Tomara que dê
certo! Porque até agora não deu certo. O nosso aeromóvel até agora é uma
promessa, continua sendo uma promessa. Eu quero que dessa vez dê certo, porque
na outra vez foi um fiasco. Aquele trambolho que sai daqui da frente da Câmara
e vai lá... ou seja, vai do nada a lugar nenhum. E continua, está ali, e se investiu
muito dinheiro nisso, emprestou-se dinheiro, jogou-se pelo ralo com a
iniciativa privada. E eu sou a favor dos empresários, acho que tem que ter
lucro; agora, risco tem que ser medido. E esse risco do aeromóvel, até agora...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: ...Obrigado, Presidente, só para concluir. Quanto ao aeromóvel, eu vou
esperar mais um pouco para emitir minha opinião. O passado foi terrível. O que
está ali no aeroporto, vamos aguardar, porque eu não sei se haverá povo andando
nesse aeromóvel para podermos medir a sua viabilidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Visivelmente, não há
quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 16h57min.)
* * * * *